ESTÁTICA E MOVIMENTO

11 de setembro de 2008

ESTÁTICA

Sendo o Movimento o nosso principal objectivo temos permitido que a estática impere neste blog…

Se quantificarmos os textos escritos nos últimos meses esta será uma verdade difícil de contrariar. O que não quer dizer que este blog esteja parado! O conceito de “parado” é uma ideia demasiado drástica para a considerarmos como válida.

Esta “pausa” deve ser vista como natural atendendo a que Estática e Movimento se complementam, permitindo a necessária reflexão que impulsionará o Movimento na procura de novas e melhores formas de Educar e Ensinar.

Por outro lado as “reformas” introduzidas no ensino nos anos lectivos mais recentes, bem como tudo o que se adivinha para o próximo, foi bem mais que suficiente para justificar uma pausa para reflexão e assimilação de ideias que permitissem a publicação e divulgação de opiniões sobre as consequências e implicações destas medidas no futuro da Educação e os impactos que provocarão nas Escolas e na Educação / Instrução das nossas crianças.

Assuntos como A Educação Especial, o Estatuto do Aluno, os Exames Nacionais (em especial os de 2008) ou as Provas de Aferição merecem uma atenção especial. Mas também a avaliação das Escolas e dos Professores pelas implicações que tiveram, têm e que virão a ter nas Escolas.

Mais recentes os números do (in)sucesso escolar divulgados pelo Ministério da Educação devem merecer a necessária análise que deverá estar muito para além de saber que percentagem de alunos fica retida e em que anos isso se verifica.

Dos assuntos que deverão ser alvo de atenção num futuro próximo temos a proposta, lançada com a “necessária suavidade”, sobre a unificação do 1.º e do 2.º Ciclo do Ensino Básico.

Depois de enunciados alguns dos assuntos que preocupam Professores (muitos), Pais e Encarregados de Educação (alguns) e Alunos (daqueles que percebem que facilidades ou facilitismo não são caminhos a trilhar), facilmente se constata que será necessário muito trabalho para melhorar a Educação em Portugal.

Um dos principais obstáculos será convencer muitos políticos e muitos Pais e Encarregados de Educação que facilitar a vida aos meninos não é um caminho seguro que lhes permita garantir as qualificações e competências necessárias daqui a 10 ou 15 anos... E que os cursos que permitem “levar” os alunos até a um diploma do 9.º ou 12.º ano não são garantia de um emprego estável e muito menos bem pago, em nenhuma parte do mundo, nem agora nem no futuro.

No entanto muitos continuam a insistir em olhar apenas para os fins sem olhar a meios! É, sem qualquer margem para dúvidas, mais fácil “passar” alunos que avaliá-los de forma responsável, retendo-os se eles não atingirem os objectivos estabelecidos. A Europa gosta de ver números... e os nossos governantes cumprem!

O problema está no facto de muitos ainda não terem percebido que, se actualmente não há lugar para profissionais que já obtiveram as suas qualificações (licenciados, mestrados e quiçá, doutores), como haverá lugar para alunos com o 12.º ano feito por equivalências ou por certificação de competências adquiridas na vida activa (ou noutra coisa ou cargo qualquer...)?

Pretenderemos transformar este País num qualquer paraíso de mão de obra barata (e escrava)?

A forma como os governantes têm “falado” ao País deixa antever grandes revoluções e muito marketing político junto da população que não entende muito mais que slogans popularuchos. Para ajudar certamente estarão prontas algumas instituições que deveriam defender os Pais, os Alunos e até as Escolas mas que apenas mostram estar ao serviço do Ministério da Educação e das suas políticas.

Por tudo isto, e muito mais, até breve…

Paulo Gomes da Costa
2008.09.11

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