ESTÁTICA E MOVIMENTO

30 de setembro de 2008

PROPINAS NO ENSINO SUPERIOR

Afinal não esperei sequer uma semana…

Depois de ter publicado no dia 23 deste mês de Setembro que “Com números também se fala nas dificuldades financeiras que as universidades atravessam! Como que a dizer às famílias que podem acontecer aumentos “necessários” nas propinas que permitam “equilibrar” os gastos!”, leio no Jornal Público que o actual Reitor da Universidade Católica defende o aumento das propinas no Ensino Superior!!!

E acreditem que ninguém me alertou que isso poderia acontecer, nem eu sou adivinho… apenas os sinais estão aí espalhados nas frases e na “lata” dos responsáveis políticos e universitários! É só estar atento!

Será que ninguém os pára? Para quando algum pudor destes senhores?

A ser verdade o que a notícia refere “todas as universidades e politécnicos vão cobrar a propina máxima que é de 972,14 euros, um aumento de 4,86 por cento nas universidades e 6,22 por cento nos politécnicos, à excepção do Algarve e dos Açores que não vão fixar a propina máxima prevista na lei”, como pode algum reitor pedir que se aumente, ainda mais, as propinas? E como pode isto ser pedido pelo Sr. Reitor de uma universidade privada? Terá ele “feito o frete” aos Sr.s Reitores das universidades públicas?

E porque não pedir aos reitores ou aos Sr.s Professores Universitários que aceitem baixar o seu salário ou as suas regalias sociais que muitos outros portugueses nunca virão a ter? Ou pedir ao governo que aumente os salários em valores percentuais semelhantes aos aumentos das propinas? Concretizar estas duas coisas seria da mais elementar justiça com todos os portugueses que pagam os seus impostos.

Claro que as universidades têm necessidade de financiamento!

Mas com as instalações que oferecem aos seus alunos, a falta de cantinas, a falta de apoio residencial para os alunos deslocados das suas residências, um sistema de bolsas e apoios complicado e talvez pouco claro para a maioria dos estudantes e respectivas famílias, os complicados sistemas de acesso, os mais complicados sistemas de mudança de curso ou de progressão nos estudos (embora se diga o contrário), as saídas profissionais difíceis que a maioria dos cursos oferece, como se pode pedir aos estudantes ou às suas famílias que paguem mais?

Não seria mais honesto organizar e oferecer o melhor para depois pedir que se paguem propinas mais elevadas?

Paulo Gomes da Costa
2008.09.30

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