A BANHOS
Com tamanha sovietização, vejam lá, que até os navios são desviados, andou o país nestes últimos tempos e ninguém deu por ela.
A verdade é que a tal sovietização, tem tudo a ver com o pós muro, murado, que de arame farpado já nada tem. E de farpado vêm as farpas que ilustremente o senhor que veste apenas roupa de uma marca, que por sinal só aqueles que de fortuna vivem podem comprar, vem dizendo que “inusitado” seria possível, vejam só a palavra, negativamente tal entendimento. O que na verdade nos querem dizer com tal adjectivo é, que quase não se usa, mas se tal for possível abre-se uma excepção. Já dizia o meu bisavô que não conheci. Isto de política não tem nada de especial é só panelinhas, e digo eu, daquelas que os latoeiros nos tempos de então quando passavam pelas terras portuguesas ali se instalavam, conforme as necessidades, e aqui necessidades significa necessário, para fabricarem as tais, assim como tachos e demais artefactos para servir os trabalhadores que de sol a sol se prestavam para as colheitas.
Nessas épocas, ainda não se fechavam as portas a sete chaves, tantos são os assaltos, era apenas com o “ferrolho”, sabem o que é? Eu digo: de ferro ou madeira com que se fechavam as portas e se abriam por uma abertura por onde as nossas mãos entravam. Eu sei, o mundo pula e avança, como diz a canção, mas esses senhores que vestem marca cara, lá defendem o indefensável, porque sendo certo que já foi moda ser de esquerda, ou intelectual como lhe queiram chamar, eu continuo na mesma choça, ou seja a ver a aumentar o desemprego, a ver as pessoas a passar fome, a ver metade ou mais da população a viver abaixo do limiar da pobreza, dito do mínimo possível de sobrevivência, e aqueles que se dizem os verdadeiros defensores de todos estes, nós, não abdicam de nenhum do seu para ajudar outros. Sabemos todos que já somos poucos os que trabalham e não chega aquilo que nos sacam por fazer riqueza aos outros para tudo, mas então pergunto, porque será que quem nos governa, e pensa que vai governar e aqueles que ainda não o conseguem mas também querem não aceitam, tal qual, os por conta de outrem há anos não vêm um aumentozinho no seu vencimento. Pois, pois vem aí a lei do robim dos bosques, tretas, balelas, vãs promessas que conhecemos.
Tá certo, temos, já diz o nosso, nosso virgula, esse, o tal que diz ainda está para vir um... qual Sebastião, que é necessário ajudar os malandros, ok ajudemos, ajudemos? E aqueles que desde miúdos começaram a trabalhar e recebem uma reforma de miséria e ninguém por eles olha.
Que me dizem?
Tudo isto a propósito da época balnear.
Tudo pra banhos.
É na... falésia, no areal, na estranja que é mais barato, vejam só, é no Portugal profundo, que é dele?, enfim, nesses lugares todos. Mas sempre fica alguém para umas diabruras, género “primeira linha” e sem esquecer o outro, assim a modos, que é muito baixo, é política rasteira ou parecida, não se lembram eles que nos andaram a papar, entre aspas, durante mil e trezentos dias, mas dizendo o contrário da realidade faminta do povo. Nós conseguimos desbaratinar o emprego a meio milhão de pessoas, só nós o conseguimos. Nós conseguimos fazer com que mil e quinhentas pme fechassem, haverá alguém capaz de tal façanha? Estava-me a lembrar daquela história “espelho meu haverá alguém mais bonito do eu”? Claro que não, então esses cabelos esbranquiçados, esse dom da palavra, mesmo sendo só mentiras, só tu e tu e mais tu e mais ninguém, conseguiria empobrecer o pais como o fizeste, mas tá bem mesmo assim estamos na cauda de Europa, tal e qual o prometido. Não, não foi isso o prometido, mas ok, aceitamos, ora essa.
Aqueles outros, que às turras andam, às turras é pouco, porque alguns não têm hipóteses de contratar latoeiros, são caros, a mão-de-obra de agora, é que isto de artesanato não é fácil, bem querem, talvez consigam, mas mudanças, mudanças, só aquelas empresas que vivem dessas mesmas... mudanças.
E onde pára o chorão? Nas feiras medievais que é o que está em voga, vai à vidente ou taróloga, que as há por lá, e pega nuns cordelinhos que diz mais ou menos isto, oh pá aguenta-te que os outros também se aguentaram.
Depois disto também vou a banhos. Será que mereço? Sei lá! Trabalhar, trabalho, mereço um pequeno descanso, um pequeno é pouco, mais do que os nossos politiqueiros, é que eu ainda sou dos poucos que desconta para a vivência deles. Há mais, claro que o meio milhão também deveria, mas era uma promessa e promessas são promessas.
Ah, esqueci o “impossível acordar de sonho tão enlevado” não é que nos queriam utilizar como mão-de-obra barata, não isso não aceitamos, nem com palavras de basófias os desculpamos. Não é o barco de coimbra é o basófias, eu sou aquele, aquele e mais nenhum.
Agora sim, vou a banhos...
Regresso lá para Novembro, já devem ter terminado todas as promessas... mas vou estar atento.
A. Boleto Fonseca
2009.08.17
Com tamanha sovietização, vejam lá, que até os navios são desviados, andou o país nestes últimos tempos e ninguém deu por ela.
A verdade é que a tal sovietização, tem tudo a ver com o pós muro, murado, que de arame farpado já nada tem. E de farpado vêm as farpas que ilustremente o senhor que veste apenas roupa de uma marca, que por sinal só aqueles que de fortuna vivem podem comprar, vem dizendo que “inusitado” seria possível, vejam só a palavra, negativamente tal entendimento. O que na verdade nos querem dizer com tal adjectivo é, que quase não se usa, mas se tal for possível abre-se uma excepção. Já dizia o meu bisavô que não conheci. Isto de política não tem nada de especial é só panelinhas, e digo eu, daquelas que os latoeiros nos tempos de então quando passavam pelas terras portuguesas ali se instalavam, conforme as necessidades, e aqui necessidades significa necessário, para fabricarem as tais, assim como tachos e demais artefactos para servir os trabalhadores que de sol a sol se prestavam para as colheitas.
Nessas épocas, ainda não se fechavam as portas a sete chaves, tantos são os assaltos, era apenas com o “ferrolho”, sabem o que é? Eu digo: de ferro ou madeira com que se fechavam as portas e se abriam por uma abertura por onde as nossas mãos entravam. Eu sei, o mundo pula e avança, como diz a canção, mas esses senhores que vestem marca cara, lá defendem o indefensável, porque sendo certo que já foi moda ser de esquerda, ou intelectual como lhe queiram chamar, eu continuo na mesma choça, ou seja a ver a aumentar o desemprego, a ver as pessoas a passar fome, a ver metade ou mais da população a viver abaixo do limiar da pobreza, dito do mínimo possível de sobrevivência, e aqueles que se dizem os verdadeiros defensores de todos estes, nós, não abdicam de nenhum do seu para ajudar outros. Sabemos todos que já somos poucos os que trabalham e não chega aquilo que nos sacam por fazer riqueza aos outros para tudo, mas então pergunto, porque será que quem nos governa, e pensa que vai governar e aqueles que ainda não o conseguem mas também querem não aceitam, tal qual, os por conta de outrem há anos não vêm um aumentozinho no seu vencimento. Pois, pois vem aí a lei do robim dos bosques, tretas, balelas, vãs promessas que conhecemos.
Tá certo, temos, já diz o nosso, nosso virgula, esse, o tal que diz ainda está para vir um... qual Sebastião, que é necessário ajudar os malandros, ok ajudemos, ajudemos? E aqueles que desde miúdos começaram a trabalhar e recebem uma reforma de miséria e ninguém por eles olha.
Que me dizem?
Tudo isto a propósito da época balnear.
Tudo pra banhos.
É na... falésia, no areal, na estranja que é mais barato, vejam só, é no Portugal profundo, que é dele?, enfim, nesses lugares todos. Mas sempre fica alguém para umas diabruras, género “primeira linha” e sem esquecer o outro, assim a modos, que é muito baixo, é política rasteira ou parecida, não se lembram eles que nos andaram a papar, entre aspas, durante mil e trezentos dias, mas dizendo o contrário da realidade faminta do povo. Nós conseguimos desbaratinar o emprego a meio milhão de pessoas, só nós o conseguimos. Nós conseguimos fazer com que mil e quinhentas pme fechassem, haverá alguém capaz de tal façanha? Estava-me a lembrar daquela história “espelho meu haverá alguém mais bonito do eu”? Claro que não, então esses cabelos esbranquiçados, esse dom da palavra, mesmo sendo só mentiras, só tu e tu e mais tu e mais ninguém, conseguiria empobrecer o pais como o fizeste, mas tá bem mesmo assim estamos na cauda de Europa, tal e qual o prometido. Não, não foi isso o prometido, mas ok, aceitamos, ora essa.
Aqueles outros, que às turras andam, às turras é pouco, porque alguns não têm hipóteses de contratar latoeiros, são caros, a mão-de-obra de agora, é que isto de artesanato não é fácil, bem querem, talvez consigam, mas mudanças, mudanças, só aquelas empresas que vivem dessas mesmas... mudanças.
E onde pára o chorão? Nas feiras medievais que é o que está em voga, vai à vidente ou taróloga, que as há por lá, e pega nuns cordelinhos que diz mais ou menos isto, oh pá aguenta-te que os outros também se aguentaram.
Depois disto também vou a banhos. Será que mereço? Sei lá! Trabalhar, trabalho, mereço um pequeno descanso, um pequeno é pouco, mais do que os nossos politiqueiros, é que eu ainda sou dos poucos que desconta para a vivência deles. Há mais, claro que o meio milhão também deveria, mas era uma promessa e promessas são promessas.
Ah, esqueci o “impossível acordar de sonho tão enlevado” não é que nos queriam utilizar como mão-de-obra barata, não isso não aceitamos, nem com palavras de basófias os desculpamos. Não é o barco de coimbra é o basófias, eu sou aquele, aquele e mais nenhum.
Agora sim, vou a banhos...
Regresso lá para Novembro, já devem ter terminado todas as promessas... mas vou estar atento.
A. Boleto Fonseca
2009.08.17