ESTÁTICA E MOVIMENTO

18 de novembro de 2008

AS SEGUNDAS INTENÇÕES

Quais as verdadeiras razões que fazem com que a Ministra da Educação não recue nas suas posições?

Critérios economicistas... Os mesmos critérios que têm “governado” o País nos últimos anos e têm prejudicado quem trabalha e favorecido quem prevarica ou “ultrapassa” as leis com off-shores e outros truques!

O Ministério da Educação não cede porque não quer continuar a ter nos seus quadros professores a ganhar o que ganham... Mesmo que esse salário seja já baixo para a maioria dos Professores e esteja congelado há mais vários anos (7 ou 8 se não estou em erro).

Além do “congelamento” de salário e progressão na carreira, está a criar condições para que eles se sintam “a mais” nas Escolas e na Educação e, se não se acomodarem ou conformarem, e ganhem vontade de se ir embora! A prova-lo está o numero crescente de Professores a pedir a reforma antecipada mesmo com prejuízo de vencimento.

Mas se o problema são os salários altos, qual a razão que impediu o Ministério da Educação de fazer um ECD que igualasse todos os professores num patamar salarial?

Igualar os Professores até seria mais fácil e menos polémico, já que na sua essência todos prestam o mesmo serviço dentro das escolas: dar aulas! E se necessidade houvesse de os distinguir o que impedia de pagar mais a quem exerce a função de Director de Turma, Coordenador de Departamento, Representante no Conselho Pedagógico ou Assembleia de Escola (em breve no Conselho Geral)? Ou pagar mais a quem exerce cargos nos Conselhos Executivos? Não seria mais justo?

Porque não o fez concluiu-se facilmente que as divisões criadas tiveram como principal finalidade a criação de instabilidade no seio dos Docentes, dando razão ao ditado que diz: “dividir para reinar”.

Seria também mais fácil avaliar o trabalho de cada um atendendo às funções que desempenha: se dá aulas seria avaliado pelos resultados dos alunos em função dos objectivos iniciais para cada aluno (a ser ponderado pelo professor, pela escola e em concordância com o histórico do aluno); se é director de turma seria avaliado pelos seus pares nos conselhos de turma e pelos pais que atende; se exerce actividades de coordenador ou qualquer outra dentro da escola, seria avaliado pelos seus pares no departamento ou de actividade. Qualquer que fosse o ou os avaliadores os métodos deveriam ser sempre iguais em todas as escolas pois as funções de que falo têm padrões de funcionamento iguais!

E para que serviria a avaliação? Para efeitos de prémios no final de cada ano ou no final de um determinado ciclo de anos. Em situações pontuais poderia ser considerada como mais-valia, como no caso de uma candidatura a Presidente de Conselho Executivo.

Esta minha forma de ver as coisas não deve ser estranha ou inédita... Mas se não o é, porque razão ninguém propõe algo semelhante? Se é verdade que a Ministra não muda porque quer poupar uns euros, também é verdade que os Professores não querem perder a progressão automática na carreira que lhes dava automaticamente mais uns euros de 4 em 4 anos...

Critérios economicistas... de parte a parte!!!

Paulo Gomes da Costa
2008.11.18

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