ESTÁTICA E MOVIMENTO

22 de agosto de 2009

ESCUTAS

Os tempos são outros, dizem alguns…

A ser verdade aceito pensar que alguns acontecimentos do passado apresentam contornos “mais emocionantes” ou mesmo “mais românticos” que alguns dos que hoje chegam ao conhecimento do grande publico.

Dias como o 25 de Abril, 11 de Março ou 25 de Novembro, “Acidentes” como Camarate, ou até episódios políticos como a queda de governos e dissolução de Assembleias da República, parecem hoje muito mais atractivos que na época, altura em que pareceram dramáticos! E alguns destes acontecimentos foram dramáticos sem dúvida alguma!

Nos dias mais recentes acontecimentos como a “demissão e fuga” de um Primeiro-ministro, a demissão e promoção de outro e a exoneração e tentativa de liquidação politica de um terceiro não parecem grande coisa comparado com o “acidente” aéreo que vitimou um Primeiro-ministro e um Ministro da Defesa de Portugal!

Também recente a tentativa, consumada?!, de escuta na Procuradoria-geral da República parece esquecida ou mesmo apagada da memória colectiva…

Mas eis que novo episódio de escutas é conhecido… Desta vez na residência oficial do Presidente da Republica!

Óhh santa paciência? Mas não saberão eles inventar novos factos ou acontecimentos?

De novo só o local!

E sendo verdade ou não, esta nova escuta só vem (re)afirmar a vontade que muitos têm em permanecer no poder ou no controlo do mesmo! E isto não é nada de novo nem diferente de outros episódios conhecidos, sejam recentes ou antigos.

Mas, nestes casos, não deveriam os diversos órgãos de poder, através dos seus legítimos representantes, elevar-se e defender, a qualquer custo, os valores da democracia?

Parece que isto não é bem assim… E não sou eu que estou com qualquer dúvida sobre democracia!!! Estou sim com a certeza que há “passividade” em todos os poderes, ocupantes dos lugares de poder e candidatos a ter o poder!

E mesmo num País em crise de tudo, onde não faltam novos Robin dos Bosques ou Zés dos Telhados, para usar um produto inteiramente nacional, onde também não falta quem em nome deles queira fazer o bem e praticar justiça, não há quem, de uma vez por todas, diga alto e bom som que o País esta mergulhado numa verdadeira operação de saque a tudo e a todos, até aos que se julgam a salvo de saque nas suas fortalezas palacianas…

Assim sendo, será que vale a pena intervir e tentar conseguir um País diferente? Ou será melhor sair daqui para fora enquanto é tempo?!


Paulo Gomes da Costa
2009.08.21

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