ESTÁTICA E MOVIMENTO

3 de novembro de 2008

HISTÓRIA INTERMINÁVEL !

A interminável e repetitiva questão dos rankings...

A questão da utilidade dos rankings não se resolverá nunca... Existe a tentação de todos os que os invocam para aproveitar o que estes têm de bom e de mau para justificar algumas ideias. Esquecem, mais uma vez, a questão central: o que trazem os rankings de bom aos Alunos e ao Ensino em Portugal?

Parece-me que esta questão não se resolverá nunca...

Pensei em falar de rankings depois de ler um comentário a uma notícia do público on-line com o título “Quase todas as escolas do básico tiveram média positiva nas provas nacionais”, feito por alguém que penso ser um adulto de hoje…

Diz o comentário, da autoria de um tal “anónimo – marialva”: “Vão aparecer por aqui “altos espíritos”, desde ambliopes a amauróticos políticos, cegos pelo ódio a Sócrates, a dizer que estes resultados são fraudulentos e resultam do facilitismo das provas de exame, esquecendo-se que, ao dizer isto, ofendem profundamente o trabalho sério e honrado dos professores e alunos. É óbvio que estes sábios exultariam de alegria se as notas fossem como no tempo em que a D. Manuela era Ministra da Educação! Isso, é que era o “real das canas”. Pobre gente...”

Pois é… Sem querer defender professores ou mesmo a D.a Manuela – que, presumo, sabem defender-se a si próprios (ou talvez não) – devo dizer que este pobre marialva esquece que os exames não são feitos pelos senhores professores que ele quer “defender” e muito menos pela mão de uma ministra seja ela a D.a Manuela ou D.a Maria...! Aos Professores está reservada a função de corrigir o que os alunos fazem, de acordo com regras definidas por outros professores – os que fazem os exames – e que condiciona – ou tenta neutralizar – a interpretação de cada uma ao ler as repostas dadas pelos alunos!

À senhora Ministra estará reservado o papel de ser responsável máxima pelo trabalho dos Professores que elaboram as provas e dos que as corrigem.

Aos professores ainda se reserva o papel de ensinar os programas definidos pelo Ministério – aos alunos que os querem aprender e a muitos outros que não querendo só atrapalham o trabalho de todos os outros.

Resumindo: os professores têm de ensinar os alunos durante o ano, enquanto o Ministério da Educação manda fazer o exame que lhes interessa fazer!

Parece-me que os resultados – os dos últimos exames e em consequência os rankings – terão mais influência do ministério do que aquela que se quer fazer crer!

Não estou a dizer que os exames deviam ser desta ou daquela maneira... Estou a chamar a atenção, mais uma vez, para a necessidade de se reflectir sobre o que se pretende dos exames nacionais. Tal como escrevi já, seria bom fazer um estudo sobre os alunos que entraram para as universidade com variantes que até ao momento todos parecem – convenientemente – esquecer!

Parece que estes exames servem, fundamentalmente, para construir rankings de utilidade duvidosa e criar distância entre alunos e as respectivas famílias que frequentam colégios “privados” - e que estão nos primeiros lugares do ranking – dos alunos que frequentam escolas públicas!

O problema é que as verdadeiras consequências de tudo isto apenas se vão sentir daqui a uns 12 anos…

Nessa altura, nenhum ranking ou exame chegará para resolver os problemas causados por muitos anos de equívocos!

Paulo Gomes da Costa
2008.11.03

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