DE CUEIROS A BABETES

De cueiros a babetes, passando pelo biberão, chupeta e a papa maizena, tudo aconteceu na noite fatídica de 7 de Junho de 2009.

Durante o dia um terço da populaça achou por bem dignar-se validar os ditos inteiros, já que de partidos só cacos atrás de cacos lá se juntaram e com a cola cola-tudo se apresentaram nas tumbas que imergem na terra no final das suas vidas.

Sem tangas, puras tal e qual vieram ao mundo, umas se atiravam a eles esfomeadas de tanta passar, outros apenas de gravata para disfarçar, talvez recordando os ditos bailes, onde não faltou, a dondoca de cabelo grisalho, agora mais disfarçado pelas idas constantes à Gina cabeleireira.

A rádio, a tv, e outros meios de informação, viraram-se de pernas no ar, peito ao chão e mãos quais línguas de camaleão, à procura de palavras que não fossem da dita papa, mas de outras mais acessíveis.

Empurrados, atropelados, saiam, saiam, deixem-me passar que eu sou importante. Eu sou aquela, aquela que... Ou, agora não digo nada, mais tarde alguém fará uma comunicação em nome do inteiro.

Comentas tu, comento eu, comentarás? O quê? Se assim é tudo se torna mais impossível para o futuro governável, diz o outro e com razão; reforço tudo o que o meu antecessor disse. E já agora você? Nada mais a acrescentar. Está tudo dito, mas digo mais, é uma vitória e uma derrota deveras estrondosa. Tá-se mesmo a ver, não acham? Achamos, achamos uns trocos lá fora para dar aos arrumadores, esses grandiosos seres do nosso quotidiano.

Até que volvidos uns longos instantes, em catadupa lá foram aparecendo, o mais do que imaginável, lá disseram o habitual, eu ganhei, tu ganhaste, ele ganhou, nos ganhamos, vos ganhastes eles ganharam, e vá lá alguém deve ter perdido com tanta vitoria junta, e perdeu muito bem. Depois de tanto tempo a afrontar a totalidade da populaça, com a excepção dos seus correligionários, de que é que esperas tu cretino só! Senão uma demonstração da vitalidade de um povo que diz e faz e castiga, e se vinga, e faz tudo para a quem que com atitudes idênticas, sejam eles do inteiro A ou B ou hipoteticamente A + qualquer coisa ou B + outra coisa, passam nos papelinhos muito bem arranjadinhos o seu sentimento de revolta, tal e qual diz o povo “cá se fazem, cá se pagam”. Apenas um senão a esferográfica na mesa de preenchimento estava tão presa que não chegava aos quadrados identificativos de voto.

Pronto, afinal, um chorão de babete emocionou-se tanto que foram necessários recorrer a klenex para secar tanta lágrima, a dupla única mais o regimento que os antecedeu de cueiros micros deixaram passar tanto fedor, que ultrapassou os ecrãs das tv’s, as papinhas da dita e dito que com mais uma vitoria, (vencem sempre) lá estarão ao lado daqueles que com eles a mão apertarem, o trio agarrado à chupeta de tanto saltarem que aos poucas as foram perdendo substituindo-as por algo mais saboroso porque a fome era muita, e por fim aqueles agarrados ao biberão convictos que isto chega e sobra para mandar e desmandar em substituição dos outros.

Oh leite derramado, misturado com papa, remexido com chupetas q.b. provocou tamanha azia e diarreia que não chegaram os cueiros distribuídos amavelmente pela gerência do hotel em questão.

Assim se passaram uns tempos em frente às tv's, a assistir a tudo, menos à verdade nua e crua. A populaça está saturada destes e destas que compõem os inteiros partidos em cacos e colados com cola-tudo que até ao tecto ministeriáveis e outros que tais “aveis” cola.

A. Boleto Fonseca
2009.06.08