ESTÁTICA E MOVIMENTO

31 de outubro de 2008

QUERO UMA MANIFESTAÇÃO SÓ PARA MIM

Se temos computadores para todos os alunos... ou pelo menos para os mais carenciados ou será para os que mais aproveitam ou deveria dizer para os aproveitadores...

Se temos avaliação de cada um dos docentes... ou para alguns docentes que poderão ser ou não titulares ou deveria dizer que vai haver avaliação a serio para alguns docentes que não são bem vistos pela maioria dos colegas nas suas escolas... Ou poderei dizer ainda que vai haver avaliação séria para os docentes que são contra as avaliações...

Se temos subsídios para cada português que precisa... ou não precisa mas consegue candidatar-se a tal benefício e, mais importante, consegui-lo...

Se temos uma Associação de Pais por escola... ou nem por isso já que em muitas não se constata essa existência e noutras tantas apenas existe o nome e uns estatutos publicados em Diário da republica, isto para não dizer quem muitas são já Associações de Agrupamento e talvez em breve sejam Associações de Pais do Concelho... ou num futuro breve quiçá do País...

Se temos quase tantos carros em Portugal como pessoas com idade para os conduzir...

Se temos tantos números de telemóvel activos como cidadãos (de todas as idades) para os atender...

Se temos isto tudo e muito mais, porque não poderemos ter uma manifestação para cada professor? Ou então uma manifestação só para mim, mesmo que eu não seja Professor mas apenas um cidadão insatisfeito com as politicas de educação que têm vindo a ser seguidas?

Parece-me que assim se conseguiria a maior acção de luta a favor da Educação e talvez contra o Ministério da Educação... Ou seria contra os sindicatos? Ou seria contra outros professores que não estão em luta, ou estão mas que pensam apenas na sua progressão ou mudança de escalão?

Não importa contra quem seria... Seria sim a favor de todos os que lutam por coisas diferentes porque acreditam em visões diferentes das de outros professores...

Penso que só assim se resolveriam os maniqueísmos (será esta palavra uma influencia, quiçá nefasta, do Zé Carlos...!?) que enfermam a classe docente. Embora estas características não seja exclusivo dos docentes, a verdade é que outras classes ou profissões estão menos expostas – ou não se deixam estar – ao mediatismo fácil ou a campanhas governativas manipuladoras, mas que rendem votos...

Parece-me que nos próximos anos não existirão outras alternativas: um professor, uma manifestação!

Enquanto muitos docentes não perceberem que também será necessário mais empenho nas acções colectivas a desenvolver, mais vontade de manifestar opinião, subscrever a opinião dos outros com as quais concordam ou discordar quando necessário, mais humidade para aceitar pacificamente o protagonismo de quem manifesta as melhores opiniões, entre muitas outras características, não haverá volta a dar! O melhor é mesmo um professor, uma manifestação!

Claro que espero manifestações de muitos professores, sindicatos, organizações não sindicais de professores (in)dependentes ou organizações ou instituições semelhantes... E pode ser que todas estas manifestações individuais ganhem o peso cívico ou politico que as manifestações colectivas (ou divididas em duas) não têm...

Por tudo isto afirmo que um dia também farei UMA MANIFESTAÇÃO SÓ MINHA!!! Só assim poderei dizer o quanto sou a favor da Educação...

NOTA IMPORTANTE: Nunca fui e não serei contra os professores, muito pelo contrário! Percebo que há bons e maus Professores como em todas as profissões, embora esta frase não caiba nos conceitos do actual Ministério da Educação ou de muitos Pais seguidistas... Entendo que muitas das reformas implementadas nos últimos quatro anos eram necessárias, mas também afirmo que outras foram perfeitamente desnecessárias! Desnecessários também os argumentos usados pelo Ministério da Educação para justificar as reformas e, já agora, pelos docentes para justificar a sua oposição às reformas! Qualquer um destes protagonistas deveriam demonstrar o bem ou o mal que as reformas em causa provocam aos alunos e ao ensino e evitar que se argumentasse com o mal que lhes fazem em termos individuais e pessoais.

ADENDA: Depois de ter escrito este texto ouvi dizer que afinal só vai haver uma manifestação! Saúdo essa decisão se ela se verificar… No entanto não deixo de temer que, mais uma vez isso signifique a submissão dos Professores aos Sindicatos que nos últimos anos muito pouco fizeram por esses mesmo professores… Afinal quem marcou primeiro uma manifestação?

Paulo Gomes da Costa
2008.10.31

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30 de outubro de 2008

O CONTO DOS 150 M

Era uma vez uma senhora ministra que, pensava, pensava, pensava.

Vagueava pelos corredores do seu ministério e, pensava, pensava, pensava.

Era a senhora ministra da educação do nosso reino.

Sentada na sua secretária fazia contas, recontava e trecontava mas não achava solução.

Andava nisto dias sem fim a senhora ministra da educação do nosso reino.

Como conseguiria ela poupar 150M no seu ministério.

Num dos seus dias divagando nos seus jardins, encontrou o seu pajem, e disse-lhe “recordas-te daquele rei que mandou os candidatos a casar com a sua princesa, a ir à feira com um ducado, e teriam de trazer um ducado do que havia o mesmo ducado do que não havia, e ainda haviam de trazer o tal ducado. Sim ministrissima, lembro, era uma das muitas anedotas do Bocage. Pois é meu pajem tenho de arranjar uma solução idêntica.

Noutro dia encontrou o aio e disse-lhe, conheces aquela história do rei que sempre que queria que as coisas crescessem as alisava mais. Sim ministríssima, era a história do pai de nós todos, segundo o Bocage. Pois é meu aio preciso de algo parecido com isso.

Noutro dia encontra o bobo e diz-lhe: bobo como é que fazes para nada te faltar e andares sempre feliz? É que eu preciso de algo parecido! Ministríssima isso eu não digo, senão deixo de ser alegre, mas pode consultar o vidente do reino que ele há-de ter uma solução.

Então marcaram um determinado dia para consultarem o vidente do reino e lá foram todos, a ministra do reino da educação, o pajem, o aio e o bobo.

O vidente do reino congratuladissimo com visita tão importante vergou-se todo numa vénia tal, que nem à rainha tal tinha acontecido.

Sentaram-se todos em redor da mesa, onde estava uma bola de cristal, umas patinhas de frango e umas asas de borboleta, por lá estavam mais dois baralhos de cartas umas pedras esquisitas e outras coisas que tal.

Diga ministríssima ministra da educação do reino o que a faz fazer-me tal visita, com todas estas testemunhas?

Meu bom e dom vidente do reino, tenho necessidade de poupar no meu ministério cerca de 150M, e de tantas voltas ter dado à minha mente já quase nem um único cabelo tenho que não seja branco.

Deixe-me consultar os meus apetrechos e já lhe digo. Pensou, analisou e por fim disse. Está difícil ministríssima ministra da educação do reino, já não pode diminuir mais os salários dos professores e educadores, já não pode comparticipar com mais verbas para os municípios, já não pode cortar mais nas despesas de manutenção, e, depois da asneira de os pequenos não reprovarem por faltas e passarem com um examezito do género quem é o jogador português que teve mais namoradas? Das boas!!! Ou quem é o presidente do clube que mais títulos internacionais ganhou, a quem chamam de papa! Em vez de perguntas sobre quem foi o ultimo rei do reino antigo, o grande matemático português ou quem descobriu o caminho marítimo para a Índia, não é fácil não.

Estou num autêntico colete de forças, mas meu bom dom vidente, sei que tu tens sempre uma solução, como diz aqui o nosso bobo.

O vidente voltou a olhar tudo aquilo que tinha na mesa, enquanto o bobo, o aio e o pajem falavam da asneira dos exames, quando eis que num grito único o vidente disse “os exames ministríssima, os exames.

Como os exames, riposta a ministra do reino!

Depois de muito analisar podeis vós senhora ministríssima ministra da educação do reino poupar os tais 150M. Simples, muito simples.

Não há mais reprovações entre o 1º e o 9º ano da escolaridade, e só nisso se ganha tal valor.

Que ideia brilhante, só tu meu bom dom vidente, obrigado, obrigado.

E todos se retiraram. Na viagem de regresso ao comentarem tal solução o aio lembrou que a ministríssima iria passar por um mau bocado quando anunciasse tal, o pajem ainda piorou as coisas afirmando que com uma proposta destas ela teria os dias contados como ministra do reino. Diz o bobo: há uma solução, pedimos a alguém que proponha tal e a ministríssima deixa todo o reino se manifestar e depois facilmente aplica tal lei.

Lembra-se do ECD, foi tal e qual.

E assim a ministríssima ministra da educação do reino, ainda permanece com pelo menos um cabelo que não branco.

P.S. Terá sido por isso que o CNE propõe tal medida?

A. Boleto Fonseca
2008.10.30

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NÓS OS PAIS
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, VI


Lei 3/2008 – Estatuto do Aluno dos Ensino Básico e Secundário.

Não me vou debruçar sobre o aniquilamento dos processos disciplinares, que praticamente já não existem, salvo raras excepções como o tal do telemóvel e outros quejandos, também não falo sobre como é possível passar um aluno faltando constantemente, (já sabemos como é, recorre-se a explicações, etc.), também não vou falar sobre os deveres já que direitos são poucos os dos alunos, e também não digo nada sobre o que este estatuto caustica o aluno.

Apenas me debruço sobre os pais e encarregados de educação e o que sobre eles está inserido nesta lei.

Art.º 54 n.º 2
Os pais e encarregados de educação devem, no acto da matricula, nos termos de alínea k) do n.º. 2 do artigo 6.º, conhecer o regulamento interno da escola e subscrever, fazendo subscrever igualmente aos seus filhos e educandos, declaração anual, em duplicado, de aceitação do mesmo e de compromisso activo quanto ao seu cumprimento integra” transcrito na integra.

Além do português lá escrito estar distorcido, é confuso e de mau entendimento. Mas não só, primeiro porque não uma única escola que disponibilize na integra o regulamento interno, apenas disponibilizam os artigos onde se referem a participação dos pais, mas pior é a declaração anual em duplicado de aceitação. Nunca tal foi necessário, e porque só será agora? Para salvaguardar as incompetências dos serviços ministeriais?

Ridículo o constante do n.º 6 do artigo 27.º, que tanto me repugna que não o vou transcrever.

E que dizer do artigo 6.º, “acompanhar, promover, diligenciar, contribuir, cooperar, integrar, voltar a contribuir e contribuir, comparecer, conhecer” (onde é que eu já ouvi isto?), mas direitos dos pais e encarregados de educação para defesa dos alunos não vejo transcrito em lado nenhum, com excepção na possibilidade de ter conhecimento do decidido para a transferência do aluno para outro estabelecimento de ensino.

Mais palavras para quê?

Consultar: “
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, I
Consultar: “
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, II
Consultar: “
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, III
Consultar: “
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, IV
Consultar: “
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, V

A. Boleto Fonseca
2008.10.30

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29 de outubro de 2008

ALUNOS EM GREVE, SEGUNDO CAPÍTULO

Começo a pensar que a procissão ainda vai no adro...

Não passou uma semana até que alunos de algumas escolas de Lisboa entendessem “fazer greve às aulas contra o Estatuto do Aluno”, seguindo o exemplo dos alunos de Sobral de Monte Agraço!

E se muitas vezes mais vale tarde que nunca, no que respeita a estes protestos contra o Estatuto do Aluno há factores que tornam difícil aplicar esse ditado popular. O principal factor refere que o Estatuto já foi publicado no Diário da Republica em 18 de Janeiro de 2008!

Independentemente de qualquer factor não acredito que estes protestos levem os alunos a algum lado... Se organizações com melhores meios de influencia não conseguem demover o governo sobre uma grande quantidade de políticas que estão a ser seguidas, não será crível que um pequeno grupo de alunos sejam capazes de conseguir suspender ou alterar o Estatuto do Aluno. Mesmo que a CONFAP lhes dê razão!!!

Deixo apenas uma dúvida: será que o uso de ferramentas como as sms, o msn, o skype, o Hi5 ou outras, que os jovens de hoje estão muito habituados a usar, permitirá fazer aumentar o protesto dando-lhe outro relevo?

Voltando à razão destes protestos – estatuto do aluno do ensino não superior – e que já foram objecto da minha atenção (ver texto escrito em 21 de Outubro de 2008), devo referir que, a acrescentar à manifesta falta de vontade de estudar e de dar baldas por parte de muitos alunos e do desconhecimento de Pais e Encarregados de Educação sobre esta lei, é incompreensível a opinião emitida pela CONFAP no seu site através de comunicado de 23 de Outubro de 2008 com o titulo “Os Alunos Têm Razão”!

A posição da CONFAP foi, nos mandatos do actual Presidente, sempre muito oscilante, conforme as conveniências: a necessidade de agradar ao Ministério da Educação e a tentativa de evitar o afastamento de muito de muitos Pais que a CONFAP diz representar. Tudo o que a CONFAP disse no último ano só pode ser lido se adornarmos o discurso com curvas largas e de trajectórias adaptáveis a qualquer situação...

Posição diferente tiveram algumas Associações de Pais e Federações embora a CONFAP tenha tentado e quiçá conseguido os mais incautos dizendo que estas posições tinham mais a ver com as “guerras” existentes na Confederação do que com Educação...

Mas curiosas são as posições da CONFAP no comunicado do dia 23... Oscilando entre tentativas de lições e sentimentos paternalistas, passando por conceitos de democracia que parece não conhecer os órgãos de gestão onde os alunos têm o direito de estar reapresentados e terminando com a responsabilização de escolas e conselhos executivos, desresponsabilizado, quase completamente, pais e encarregados de educação!!!

Vejamos: o comunicado tem duas partes... a primeira aborda a participação dos alunos; a segunda a questão da segurança dos alunos nas manifestações!!!

O que eu não entendo é como se pode abordar estes assuntos da seguinte forma:
- No primeiro parágrafo do comunicado refere o direito à participação dos alunos e pais... mas parece esquecer que alunos e pais têm definido desde 1998 os órgãos de gestão onde temo direito de estar representados – primeiro no Decreto-Lei 115-A/98 e agora no Decreto-Lei 75/2008;
- No terceiro parágrafo diz que os alunos não foram ouvidos! Terão de ser ouvidos? Não servirão os órgãos de gestão, onde estarão representados, para isso mesmo? Terão de ser ouvidos um a um?!! Este assunto atinge o auge no parágrafo 4 onde se refere: “Donde, se é um dado adquirido que a escola também é dos alunos, faz falta consagrar esse direito através da criação de mecanismos para o seu exercício democrático”... Mas esses mecanismos não existem nas leis que acima refiro? Continuam, na mais perfeita demagogia, nos parágrafos seguintes, indicando que foram feitas propostas as escolas propondo “órgãos de participação democrática” adequados a cada ciclo de ensino! Até para os alunos do 1.º ciclo...

Na segunda parte não entendo como podem os Pais ligar para a CONFAP, a “manifestarem a sua preocupação quanto à ausência dos seus filhos da escola”, quando deveriam era dirigir-se à escola ou directamente aos seus filhos pelos quais são responsáveis!

Estou de acordo que esta questão é muito pertinente! Os Pais que ligaram para a CONFAP não sabiam onde andam os seus filhos (pensavam eles que estariam numa manifestação)! Estes Pais também não sabiam – a CONFAP parece também não perceber isso mesmo – que a participação cívica dos alunos se pode fazer através de manifestações e greves! Estes pais também não sabem que as Escolas não podem ser responsabilizadas se os meninos faltam às aulas... esse controlo compete aos Pais! Por isso é referido, e muito bem, “sem autorização prévia dos encarregados de educação”!

Curiosa é a pergunta: “Quem vai justificar as faltas dadas às aulas devido à ausência nas mesmas”?! Nem me atrevo a responder a esta questão...

Lamento é que num único comunicado se desculpe o comportamento dos alunos e desresponsabilize os Pais por estes não saberem o que os seus filhos andam a fazer!

Claro que o mais sensato de tudo isto será dirigir apelo às escolas para que envolvam os alunos na elaboração do regulamento interno de acordo com o novo Decreto-Lei 75/2008... Mas não será isso que já está a ser feito?!

Parece-me que além deste Estatuto do Aluno ser um caso perdido, há muitos Pais e Alunos que estão em risco de o ser também...

Paulo Gomes da Costa
2008.10.29

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23 de outubro de 2008

NÓS OS PAIS
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, V


Artigo 9º da lei das associações de pais.

Isto está ou vai estar transcrito nos diversos regulamentos internos que se irão regulamentar nos (+/-) 1400 agrupamentos de escolas e ainda nas secundárias, com as excepções referidas na alínea c) do nº. 2!

Se assim for, fico, ficamos todos nós pais e encarregados de educação minimamente satisfeitos.

E porquê só a matéria referida no n.º 1 deve estar previsto no regulamento interno?

Direitos
1 - Constituem direitos das associações de pais a nível de estabelecimento ou agrupamento:
a) Participar, nos termos do regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos públicos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário na definição da política educativa da escola ou agrupamento;
b) Participar, nos termos da lei, na administração e gestão dos estabelecimentos de educação ou de ensino;
c) Reunir com os órgãos de administração e gestão do estabelecimento de educação ou de ensino em que esteja inscrita a generalidade dos filhos e educandos dos seus associados, designadamente para acompanhar a participação dos pais nas actividades da escola;
d) Distribuir a documentação de interesse das associações de pais e afixá-la em locais destinados para o efeito no estabelecimento de educação ou de ensino;
e) Beneficiar de apoio documental a facultar pelo estabelecimento de educação ou de ensino ou pelos serviços competentes do Ministério da Educação.
2 - Constituem direitos das associações de pais a nível nacional, regional ou local:
a) Pronunciar-se sobre a definição da política educativa;
b) Estar representadas nos órgãos consultivos no domínio da educação, a nível local, bem como em órgãos consultivos a nível regional ou nacional com atribuições nos domínios da definição e do planeamento do sistema educativo e da sua articulação com outras políticas sociais;
c) Beneficiar do direito de antena nos serviços públicos de rádio e televisão, nos mesmos termos das associações com estatuto de parceiro social;
d) Solicitar junto dos órgãos da administração central, regional e local as informações que lhes permitam acompanhar a definição e a execução da política de educação;
e) Beneficiar de apoio do Estado, através da administração central, regional e local, para a prossecução dos seus fins, nomeadamente no exercício da sua actividade no domínio da formação, informação e representação dos pais e encarregados de educação, nos termos a regulamentar;
f) Participar na elaboração e acompanhamento de planos e programas nacionais, regionais e locais de educação;
g) Iniciar e intervir em processos judiciais e em procedimentos administrativos quanto a interesses dos seus associados, nos termos da lei.
3 - O direito previsto na alínea c) do número anterior é exclusivamente reportado às associações de pais de âmbito nacional.
4 - As associações de pais de âmbito regional e local exercem os direitos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 em função da incidência das medidas no âmbito geográfico e do objecto da sua acção.
5 - A matéria referida no n.º 1 deve ser prevista no regulamento interno do estabelecimento ou agrupamento.
6 - As associações de pais, através das respectivas confederações, são sempre consultadas aquando da elaboração de legislação sobre educação e ensino, sendo--lhes fixado um prazo não inferior a oito dias, a contar da data em que lhes é facultada a consulta, para se pronunciarem sobre o objecto da mesma.
7 - As actividades extracurriculares e de tempos livres levadas a cabo com alunos são consideradas, quando incluídas no plano de actividades da escola ou agrupamento de escolas, no âmbito do seguro escolar.

Consultar: “OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, I
Consultar: “OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, II
Consultar: “OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, III
Consultar: “OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, IV

A. Boleto Fonseca
2008.10.23

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22 de outubro de 2008

AS RELÍQUIAS

Não, não é a relíquia do Eça, também não são as do Berardo e muito menos dos primeiros democratas de era pós 25. Ou sequer as de antes do 24.

Juntaram-se todos, aqueles que se dizem executivo, mais os outros que de tão mal dizerem, agora já são amigos. Amigos? Amigos não! Formadores bolas! Será que são certificados com o CAP (Certificado Aptidão Profissional), é provável que lá por aquelas bandas tenham havido acções de formação de formadores e o(s) dito(s) tenham frequentado tal curso a custas do povo.

Mas, sobre o desígnio das realidades actuais, o tal grupo chamado de executivo se passeou de chupa-chupa na mão sentindo o sol algarvio, antes durante e após tal evento.

Acompanhados de uns tantos que já foram, ou tesoureiros, ou secretários, vogais, presidentes de mesa, só não sabendo se também estaria aquele que pelos lados da feira utilizou algo que não dele para fazer face as suas despesas. Talvez não tenha estado.

Têm fotos, sim senhor, de quatro que elevados à potencia quatro, lá perfazem o tal numero, conseguindo serem melhores que os milagres bíblicos com a multiplicação do pão e peixe.

Mas lá vai o povo rindo, pagando os seus impostos para que o estado dê de mão beijada a estes presunçosos formadores valores astronómicos (aqui astronómicos é na proporcionalidade da sua função), que não tem sido de nenhuma utilidade, mas como são um elo governamental tudo se perdoa a bem da nação, para que hoje no Algarve amanhã no Douro, depois no litoral, passando por cima da capital e fugindo do interior se intitularem os tais que nada entendem ou estudam os quês e porquês da educação.

E porque nada sabem sobre tais passeadores de chupa-chupa na mão, lá aceitam estar presentes algumas individualidades para dar alguma credibilidade a quem já não a tem perante os pais e mães deste país. Ou então, porque são do aparelho, é sua obrigação estar presentes.

No final já quando o sol se foi, fizeram-se as contas e não sei se os cheques passados teriam fundo para tais despesas. Não faz mal, faz-se já uma chamada e receberemos antecipadamente a próxima tranche.

Assim vai, a relíquia executiva e seus derivados.

A bem da re-e-educação do bem e do menos bem.

A. Boleto Fonseca
2008.10.22

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21 de outubro de 2008

ALUNOS EM GREVE

Espantoso!!

Não sei o que mais pensar depois de ler a notícia do jornal Publico de 15 de Outubro de 2008, com o título “Alunos em greve às aulas contra novo regime de faltas em Sobral de Monte Agraço” e das explicações que lá são prestadas pelos alunos!

Afinal o Estatuto do Aluno permite ou não permite que os alunos faltem às aulas quando tem uma constipação ou simples falta de vontade?!

Sr.a Ministra, Sr.s secretários de Estado ou alguém ligado aos serviços do Ministério da Educação – talvez alguma DRE – esclareça já isto! Assim é que não podemos continuar com o ano lectivo! Fico surpreendido por ter passado uma semana e ninguém ter explicado nada...

Diz a notícia acima referida:
Os alunos da escola secundária do Sobral de Monte Agraço encerraram hoje a escola a cadeado e estão a recusar-se a ir às aulas em protesto contra o novo regime de faltas.
"Estamos em greve porque segundo a nova lei das faltas, se faltarmos por doença temos que fazer uma prova com a matéria que não demos e se chumbarmos perdemos o ano", disse Catarina Augusto, aluna do 10º ano.
"Se atingirmos o limite de faltas, justificadas ou injustificadas, e chumbarmos nessa prova mandam-nos embora da escola, não temos hipótese de aprender mais matéria", frisou.


Claro que as crianças perdem o ano se “chumbarem”!!!

Também é obvio que se faltarem muito – seja quais forem os motivos – terão de fazer uma qualquer prova a definir pela Escola. Assim o que diz o Estatuto do Aluno do Ensino não Superior, a Lei 3/2008, de 18 de Janeiro!

Curioso também a certeza da aluna que prestou declarações ao jornal, quanto a não poder “aprender mais matéria” se “for mandada embora da Escola”!!!

Depois destas opiniões, não são claras para mim algumas situações:
- o que pretendem estes alunos?
- os Pais e Encarregados de Educação deste alunos que andam a fazer – no que respeita ao acompanhamento dos seus educandos e das leis que vão sendo promulgadas em Portugal?

Como a lei já tem uns meses eu retiro duas conclusões.

Primeira: Os alunos querem é “baldas”... Nem que para isso tenham de ser contra as provas que terão de prestar (neste caso por falta de assiduidade) argumentando contra as faltas que não podem dar!

Segunda: Os pais não sabem que os seus educandos fazem greve... Se soubessem e concordassem com os motivos apresentados já teriam “reclamado” quando o Estatuto do Aluno esteve em debate publico ou, no mínimo, quando este foi aprovado! Não o terem feito nessa altura deixa no ar a ideia que os Pais e Encarregados de Educação da maioria destes meninos ainda não conhece a Lei 3/2008, nem sabe o que andam os filhos a fazer na Escola!

Resumindo: Parece-me que este Estatuto do Aluno é mesmo um caso perdido!

Paulo Gomes da Costa
2008.10.21

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20 de outubro de 2008

ODES AO MAGALHAES

Estou incrédulo! E depois de ver o que vi acho que nos próximos meses corro o risco de ficar mais...

Será que vou ter de dar razão aos senhores da CONFAP – os de agora e alguns do passado recente - que defendiam que os Sr.s Professores não trabalham, tem muito tempo livre e a única coisa com que se importam é com o ordenado?

Depois de ver os vídeos que circulam pela Internet com estas odes e loas ao computador Magalhães (não deveria dizer esta palavra... corro o risco de ver aparecer um coro a cantar "Louvado sejas, ó Magalhaes...") só posso reflectir sobre o que andam os Professores a fazer e se isso é útil aos alunos e à Educação!

Mas não preciso de reflectir muito para dizer: tenham vergonha e ganhem juízo Sr.s Professores! Juízo e dignidade, profissional e pessoal!

E mais: francamente! Não há pachorra para tretas assim...

Mas que ideia essa de aceitar fazer cantigas a louvar o computador com o nome do navegador? Fizeram-no de boa vontade? Ou foram obrigados? E se assim foi quem vos obrigou?

É que me parece que estas acções são semelhantes aquelas que o Ministério do Ensino Superior pretende evitar nas praxes académicas e, nesse enquadramento, devem ser objecto de denúncia e investigação para que os seus responsáveis sejam punidos exemplarmente!

E se aceitaram fazer estas odes de boa vontade devem mesmo ir a uma consulta de psiquiatria!

Além do mais e por muito que tentem, não rivalizam com o Gato Fedorento... A sua homenagem cantada a este pequeno, mas famoso, computador supera tudo o que os professores possam tentar fazer! E conta ainda com a indispensável dose de humor, necessária para aturar certas coisas...

Mas será que a Educação – de alunos e professores – também será um caso perdido?

Paulo Gomes da Costa
2008.10.20

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ORÇAMENTO DE ESTADO PARA 2009

Não sou economista nem contabilista nem exerço qualquer profissão relacionada com estas ciências. Percebo muito pouco de contabilidade ou economia a não ser a que faço com as minhas contas pessoais. E por falar em contas pessoais não consigo esquecer que estas não permitem grandes aumentos nas despesas, seja em que sector for...

Não é isto que acontece no orçamento de estado para o ano 2009. Parece, a avaliar pelas análises e comentários diversos que li, que alguns ministérios terão mais dinheiro para gastar. Gastar gastarão todos, mas uns poderão gastar mais que o ano passado. Alguns gastarão em “coisas” que o povo verá e outros em coisas que não interessa que se veja ou perceba em que foi gasto o dinheiro! Mesmo que tudo neste orçamento seja transparente e público, tal como são sempre as contas do estado!

Pelo que li aumenta o dinheiro para gastar nos ministérios da economia, das obras públicas, do trabalho, da administração interna e da educação (e ainda bem que as últimas campanhas feitas com todo o governo envolvido entram nas contas do ano de 2007... ou será que não?)!

Dos restantes Ministérios e para já, só apurei que a agricultura mantém as despesas... Dos outros não ouvi falar, mas não será complicado analisar o orçamento e ficar a saber os montantes de todos os Ministérios. Afinal se o “Magalhães” consegue abrir qualquer um dos documentos publicados no portal do governo isso significa também que qualquer Português consegue analisar o orçamento!

E desta análise será de destacar o aumento de 13,8 % nas despesas do Ministério da Economia! Tamanho aumento nas despesas só pode ser uma boa indicação! Como é este Ministério que melhor percebe a situação económica de Portugal e dos portugueses, das empresas, das famílias e das contas do próprio estado, constatar que irão existir mais despesas é bom sinal! Ou não?!

Voltando ao orçamento será de referir que muitas análises feitas salientam que o aumento de despesa de alguns ministérios possa sugerir a ideia que o próximo ano será positivo e que será possível debelar a crise instalada.

Talvez... Mas para se gastar mais dinheiro não é preciso tê-lo? E como espera o governo angariar mais receita? Se a economia ainda não recuperou e se lança um orçamento para a recuperar, como pode esse mesmo orçamento partir do princípio que este objectivo "recuperação" já está conseguido? Um paradoxo para resolver no decorrer do próximo ano.

Mas neste cenário em que será necessário gerar mais receitas para o Estado, será de perguntar:
- Irão ser cobrados mais impostos?
- Irão ser cobrados novos impostos?
- Irá aumentar a eficiência da cobrança de impostos (ainda mais, levando-a a linha limite do exagero e da prepotência, em especial com o cidadão deixando de lado as empresas mais lucrativas e poderosas)?
- Irão ser privatizadas empresas altamente lucrativas (já com antigos antigos ministros e secretários de estado promovidos a gestores de topo)?
- Existirá um aumento de receita extraordinário?

As duas últimas perguntas são as mais importantes. É que já não há nada para vender. A não ser o novo aeroporto na margem sul... mas se ainda não está feito como pode ser já vendido?! Então se não há nada para vender como se pode pensar na possibilidade de gerar receita extraordinária? Será que se pretende vender o próprio País?!

Já terão eles vendido Portugal?!

A minha opinião sobre este orçamento é que mais não é do que uma manobra de marketing – com um elevado risco para Portugal – que só acontece porque 2009 é um ano em que vão decorrer 3 actos eleitorais. E até neste pormenor existe um aumento: não um, não dois mas sim 3 actos eleitorais!!!

Uma última nota: A propósito de orçamentos e sendo eu Engenheiro não consigo fazer orçamentos pessoais tão bons quanto o governo deste nosso Primeiro! Será desgoverno?

Paulo Gomes da Costa
2008.10.20

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16 de outubro de 2008

NÓS OS PAIS
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, IV


A composição do Conselho Pedagógico e de acordo com a actual legislação é estabelecida pela escola/agrupamento nos termos do respectivo regulamento interno (ora aí está a importancia do dito regulamento).

No actual modelo de gestão (volto a repetir), apenas está consagrada a participação, quase sempre com um representante, no conselho pedagógico, nos conselhos de turma e talvez um no conselho geral.

Ora vejamos aquilo em que os representantes dos pais não estão autorizados a participar numa comissão especializada onde se:

Emite parecer sobre propostas de celebração de contratos de autonomia.
Porquê?

Apresenta propostas e emitir parecer sobre elaboração do plano de formação e de actualização do pessoal docente e não docente.
Porquê?

Define princípios gerais nos dominios da articulação e diversificação curricular, dos apoios e complementos educativos e das modalidades especiais de educação escolar.
Porquê?

Define os requisitos para a contratação de pessoal docente e não docente, de acordo com o disposto na aplicação aplicável.
Porquê?

Procede ao acompanhamento e avaliação da execução das suas deliberações e recomendações.
Porquê?

Se estivermos atentos ao conteúdo do Artigo 9.º da Lei das Associações de Pais, ficamos perplexos com o porquê de tanta proibição.

Talvez esses pais e encarregados de educação conheçam tudo isto e verifiquem que o actual modelo de sua representatividade não se coadune com esta legislação.

Porquê? Talvez por causa do desejo de centralismo.

Consultar: “OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, I
Consultar: “OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, II
Consultar: “OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, III

A. Boleto Fonseca
2008.10.16

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15 de outubro de 2008

E EI-NOS NA ERA DO e-

e-
e- oportunidades perdidas
e- desemprego a aumentar
e- mentira atrás de mentira
e- dar milhões a quem muitos milhões gasta
e- os banqueiros satisfeitíssimos
e- os juros cada vez mais altos
e- a dificuldade das famílias para darem um doce aos seus filhos
e- sugar aqueles que pagam até ao tutano
e- vergonha com lixeiras que nalgumas escolas existem
e- salários baixíssimos a quem produz
e- salários astronómicos a quem dirige
e- violência governamental com tanta asneira
e- mentir e apenas mentir sobre a realidade portuguesa
e- falta de equipamento escolar
e- o magalhães que é o zé e não o descobridor
e- paga taxas moderadoras na saúde
e- cheques dentista para quem já não tem dentes
e- o português sem euros para pagar as despesas necessárias
e- o apoio governamental com 10 euros de 13º abono de família
e- cada vez mais suicídios pela falta de emprego
e- quem vai pagar os 5% dos recibos verdes são os trabalhadores
e- petróleo a metade do preço
e- os combustíveis a aumentar
e- quanto mais caros forem mais imposto o estado recebe
e- compensação do isp pela perca do iva
e- viva o governo
e- tudo aquilo que nós gostaríamos que fosse e não é
e- a morte lenta dos idosos sem ajuda, com o fecho de algumas urgências
e- o nascimento nas ambulâncias
e- falta de formação aos bombeiros para assistirem a um parto
e- o interior desertificado e quem lá está já não interessa (no pensar dos nossos governantes)
e- gastar milhões em aeroportos e alta velocidade
e- dizer que há falta de verba para vacinações especificas
e- gastar milhões na frente ribeirinha da capital
e- não temos dinheiro para garantir os acordos com a metro do porto
e- aumentar os salários dos políticos, todos, todos
e- o aumento para a generalidade dos trabalhadores ser inferior à taxa de inflação
e- o primeiro da independente dizer que Portugal esta no bom caminho
e- as instituições nacionais e internacionais confirmarem o descalabro português
e-....
e-....
e- uma desilusão que sinto por ser governado por estes políticos
e- ter a quase a certeza de que também não irei ser governado pelos de lacinho ao pescoço
e- já não haver políticos que se preocupem com o ser humano, e os que há são afastados
e- a ambição do poder
e- triste
e- mas é verdade.

e- A. Boleto da Fonseca
e- 2008.10.15

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14 de outubro de 2008

EDUCAÇÃO ESPECIAL ?

Não me quero habituar a dizer mal de algumas políticas educativas em implementação ou já implementadas nas nossas Escolas. Mas perante tantas coisas erradas não me resta alternativa!

Neste momento o que quero colocar em questão são as alterações e a metodologia que o Ministério da educação está a tentar implementar na Educação Especial!

Entendeu o Ministério da Educação reformular profundamente a forma da Escola ver / tratar / educar as crianças com Necessidades Educativas Especiais. E até aqui não entendeu mal...

Mas, depois de entender que deveria reformular, resolver “pegar” em trabalho feito por outros e com finalidades distintas das que se lhe atribuiu por cá e dizer: “senhores professores, a partir de agora é assim…”!

Não foi a melhor opção! Foi mesmo a pior perante tantas situações de difícil explicação e que não fazem sentido nenhum! Talvez o Ministério da Educação e as DRE’s digam que são casos isolados! Mas isso não é mais que “Meter a cabeça na areia” e virar as costas às crianças e aos seus Pais e Encarregados de Educação. Lamento é que muitos deles se deixem levar numa ladaínha que aponta as Escolas e os Professores para a falta de apoio que os seus filhos têm e outros tantos também não acompanhem os seus filhos e não percebam o que lhes faz falta (estes se calhar também acham que o Ministério faz um bom trabalho porque é contra os Professores...).

Antes de voltar a minha opinião sobre a Educação Especial, uma palavra negativa para alguns professores da Educação Especial que continuam a entender que o mal está na sua (não) colocação e não nas razões que levam estes professores a estar sem colocação. Lamentavelmente percebe-se que o único objectivo destes Professores é conseguir emprego, o que será legítimo se isso for reclamado de uma forma global para todos os que não o têm e não como se de um direito adquirido de alguns se tratasse.

Voltando à Educação Especial: a principal razão dos problemas é, mais uma vez, economicista!

E para cumprir critérios economicistas pretende o Ministério da Educação que os senhores professores de português, matemática, historia, geografia e demais áreas disciplinares, “aprendam” a lidar com crianças que necessitam de apoio especializado nas áreas das necessidades educativas especiais, prescindindo assim de Professores Especializados!

Talvez um dia ouviremos algum responsável do Ministério da Educação dizer: “Professores Especializados em Educação Especial? Mas o que é isto se a escola é INCLUSIVA?!”...

Ou seja, para se livrar de mais uns tantos profissionais quer o estado fazer crer que a escola inclusiva deve saber tratar de todos os seus alunos sem a ajuda de especialistas em áreas delicadas como são as que envolvem ensinar alunos com deficiências físicas e mentais. Isto não é de todo possível porque não existe profissional nenhum que consiga realizar com eficiência todas as tarefas relacionadas e ligadas à sua profissão. Como exemplo negativo temos o caso de muitos Engenheiros que têm vindo a desenvolver o trabalho que deveria ser de Arquitectos, originado os mais completos disparates na nossa paisagem!

Outro disparate consiste na aplicação da CIF ou da CIF-CJ!

De acordo com um dos seus mentores não foi pensada para “avaliar” crianças com necessidades educativas especiais, mas sim para auxiliar a áreas da medicina a referenciar determinadas deficiências congénitas ou que resultaram de acidentes pessoais ou de trabalho. Isto foi dito pelo próprio em congresso sobre Educação especial realizado em Lisboa, organizado pelos serviços do Ministério da Educação!

Como em muitas outras coisas legislou-se sem avaliar, sem reflectir ou adaptar o que quer que fosse, adoptando a CIF como se esta permitisse resolver todos os males da denominada Educação Especial! Para compor tudo e “ajudar” na implementação da nova legislação o Ministério da Educação desdobrou-se em campanhas e reuniões para explicar o inexplicável, publicando ainda um “Manual de Apoio à Pratica”!

Independentemente de campanhas e/ou manuais, o principal objectivo do Ministério da Educação consiste em diminuir o número de professores especializados nas Escolas, seja habilitando os docentes do ensino regular para apoiar as crianças com NEE seja reduzindo as crianças referenciadas para apoiar. Com estas medidas “livram-se” de mais 3 a 5 mil professores e poupam mais uns milhares em equipamento e recursos necessários para estas crianças nas Escolas.

Mas estas políticas esquecem completamente o essencial, algo que até já é habitual: as crianças com Necessidades Educativas Especiais! Resultado: milhares de crianças sem o apoio que necessitavam, famílias sem saber a quem recorrer e, mais grave, famílias a culparem os professores e as Escolas pela falta do apoio que os seus filhos têm!

E perante isto estou mesmo a ver as DRE’s e o Ministério da Educação a pedir às Escolas mais empenho, melhores resultados e mais apoio para estas crianças quando na verdade os horários e o número de horas que os professores passam nas escolas não podem crescer de forma infinita ou multiplicar-se como pão, peixes ou vinho que em tempos bíblicos alimentaram multidões...

Como corrigir os problemas?

A solução que posso propor pode ser demasiado drásticas e até apelidadas com diversos adjectivos menos sensatos de utilizar. Mas ai vai…

Será de referir em primeiro lugar que reconheço a necessidade de implementar uma reforma no Ensino Especial. E que não é necessário acabar com a que está em implementação mas sim adaptá-la e torná-la mais justa e transparente. Algumas das medidas que defendo:
- Deveriam acabar com os subsídios e com a possibilidade de os alunos recorrerem a serviços externos às escolas em gabinetes, clínicas e demais empresas que apenas existem porque o estado é cego e paga (muito bem) o que poderia ele providenciar (sem gastar tanto dinheiro);
- Definir – de forma simples e objectiva – diferentes níveis de necessidade educativa especial, algo sem a complexidade da CIF mas que permitisse enquadrar os alunos em diferentes patamares de necessidade;
- Elaborar um estudo – que não será difícil nem demoraria muito tempo a concretizar – sobre as verdadeiras necessidades das escolas no que respeita a pessoal docente e auxiliar para acompanhar as crianças com NEE, sempre baseado no número referenciado de crianças que necessitam deste tipo de apoio;
- De acordo com os resultados do estudo acima referido criar um quadro de docentes e pessoal auxiliar, dotado da necessária mobilidade dentro de um concelho ou região, para atender às necessidades das escolas e, muito importante – contratar os professores necessários para esse quadro;
- Finalmente, para que tudo seja transparente e não permita exageros, divulgar junto da comunidade a quantidade (e só a quantidade) de crianças com NEE e os resultados obtidos por estas no final de cada ano.

O Ministério da Educação até pode dizer que algumas destas medidas estão a ser implementadas. Eu acho que não. A CIF nunca poderá ser o documento que ajuda a referenciar crianças já que deixa de fora muitas com problemas graves e com necessidades de ser apoiadas. Por outro lado o número de pessoal docente e auxiliar não pode ser suficiente quando as DRE’s passam o tempo a atribuir autorizações para contratar tarefeiras que vão acompanhar crianças com NEE’s!

Termino dizendo que este assunto deveria ser tratado pelos sindicatos e pelos professores de forma menos limitada e que se baseia apenas na colocação ou não de docentes... Como se o objectivo dos sindicatos fosse também a colocação dos seus Boys & Girls!

Pensem em Educação... Especial ou não!

Paulo Gomes da Costa
2008.10.14

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13 de outubro de 2008


TEORIA DO CAOS OU O EFEITO BORBOLETA

Por tudo o que se assiste neste início de ano lectivo, a campanha eleitoral já começou...

A Educação é umas das lanças do governo ainda em exercício e as acções de campanha não param. O ano lectivo de 2008-2009 ainda não sentiu o verdadeiro peso das medidas que foram tomadas nos últimos 12 meses e já o governo se serve dele para atingir objectivo eleitorais que só o próximo ano lectivo verá!

Perante tamanhas campanhas e semelhantes gastos – que bom seria que o dinheiro destas campanhas tivesse sido investido em melhores escolas – o pensamento foge-me para a Teoria do Caos, ou por outras palavras mais conhecidas, o Efeito Borboleta...

Devo dizer que conheço a teoria, mas não sou propriamente um especialista no assunto. Muito do que vão ler a seguir pode ser encontrado em diversos sites na Internet, nomeadamente na Wikipédia...

A Teoria do Caos não é mais que uma hipótese que explica o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos. Nestes sistemas alguns resultados podem ser instáveis podendo ser causados por acção e interacção de vários elementos de forma perfeitamente aleatória. Um exemplo fácil de perceber pode ser a formação de uma nuvem, que pode ser desencadeada pelo efeito do calor, do frio, da evaporação de água, das condições do vento e do tipo de superfície sobre a qual ela se forma, para além de muitos outros factores possíveis. A combinação de alguns desses factores – mesmo que em número reduzido – pode resultar numa nuvem, ou não, o que significa que o resultado pode não ser o esperado...

Uma das consequências desta instabilidade de resultados é que mesmo sistemas determinísticos (os quais tem resultados determinados por leis de evolução bem definidas) apresentam uma grande sensibilidade a perturbações (ruído) e erros, o que leva a resultados que são, na prática, imprevisíveis ou aleatórios, ocorrendo ao acaso.

Mesmo supondo que estamos em presença de sistemas em que não há ruído, erros microscópicos na determinação do estado inicial e actual do sistema podem ser amplificados pela não-linearidade ou pelo grande número de interacções entre os componentes, levando ao resultado aleatório. É o que se chama de "Caos Determinístico".

O que os matemáticos pretendem é prever aquilo que as pessoas pensam que é acaso! Ou seja: alguns acontecimentos rotulados de acaso são na realidade fenómenos que pode ser representados por equações e, portanto, previsíveis. Os cálculos envolvendo a Teoria do Caos são utilizados para descrever e entender fenómenos meteorológicos, crescimento populacional, variações nos mercados financeiros e movimentos de placas tectónicas entre outros.

Esta Teoria do Caos é muitas vezes conhecida como “o Efeito Borboleta”, teorizado pelo matemático Edward Lorenz em 1963.

Para explicar o Efeito Borboleta nada melhor que as palavras simples da cultura popular: o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. Mas o nome “Efeito Borboleta” surge depois de se analisar graficamente diversos tipos de movimentos caóticos, em que a representação gráfica dos dados assume o formato de uma borboleta (ver imagem no início do texto).

Mas levando à letra as palavras que descrevem este efeito, mesmo que um tufão seja algo muito difícil de ser gerado por um simples bater de asas de uma borboleta, não deixa de ser interessante constatar que pequenos acontecimentos podem despoletar acontecimentos com uma escala muito maior. Na verdade o Efeito Borboleta encontra espaço de aplicação em qualquer sistema natural, ou seja, em qualquer sistema que seja dinâmico, complexo e adaptativo.

Não sei se os acontecimentos vividos na educação nos últimos anos e em particular nas últimas semanas podem ser descritas por uma ou várias equações matemáticas, de acordo com a Teoria do Caos. Sei apenas que a enorme quantidade de factores envolvidos e o ruído gerado pelo lançamento e implementação de algumas das reformas pode, muito facilmente, produzir resultados inesperados e imprevisíveis para quem as arquitectou ou implementou.

Restará saber até que ponto esses resultados afectarão no futuro o próprio sistema, os alunos, os professores e as famílias... Há quem espere que o efeito seja positivo... Mas pode ser exactamente o oposto!

Curioso é a facilidade com que se oculta esta realidade e mais curioso ainda é ver que ainda há portugueses “inocentes” que “compram” de olhos fechados teorias de prosperidade, riqueza, evolução e progresso! E nem perguntam quanto custa...

Deviam, pelo menos, questionar-se se o que está a ser feito será bom para o País e para as gerações futuras e não apenas para eles ou para os seus filhos.

Se calhar não serão eles a pagar...

P.S. Falei de Educação... Mas poderia estar a falar de Economia...

Paulo Gomes da Costa
2008.10.13

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10 de outubro de 2008

NÓS OS PAIS
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, III


Uma das obrigações do novo modelo de gestão está na criação de um novo regulamento interno da escola/agrupamento.

O que tem acontecido até hoje na sua elaboração e continuará a ser mesmo que sejam elaborados por uma dita comissão para posterior aprovação a base dos actuais regulamentos. Assim transcreve-se na integra a Lei 3/2008 (estatuto do aluno dos ensinos básico e secundário), mais umas penalizações como a proibição dos alunos passarem por determinados lugares da escola, a porta de entrada é só aquela, não podem estar nos halls de entrada da sala de aulas nem que chova, têm obrigatoriamente de comprar a senha no dia anterior para a refeição caso contrário ou não têm de comer ou terão uma penalização de 50 a 100%, etc. etc... Penalizações e mais penalizações.

No que diz respeito aos pais transcreve-se o Art.º 47.º e 48º. do actual Decreto-Lei e nada mais, esquecendo-se que na legislação das Associação de Pais existem direitos dos pais mas que não são integrados no regulamento interno e ainda o importante da actual lei como os Capítulos II, III, IV e mais um e outro artigo de outros capítulos.

É pois com naturalidade que se lê, ouve e vê muitos pais e encarregados de educação lamentar-se, afirmando que não se revêm em determinadas pessoas que se dizem representantes deles.

Existem associações de escola e agrupamento, federações concelhias e distritais/regionais e ainda confederações de pais.

Na verdade por parte dos dirigentes destas instituições nada sabemos que tenham tido uma posição sobre a defesa de participação dos pais na vida escolar.

Teriam de ser estes pseudo-dirigentes que deveriam passar a mensagem aos restantes pais, que dizem representar, daquilo que fazem e lutam em sua defesa. Mas não. Não assistimos a posição nenhuma, de ninguém, (com excepção de um que está sempre ao lado das posições ministeriais), transmitindo-nos a ideia (espero que errada que apenas trabalha para sua auto promoção), estar ao lado dos poderes instituídos. Posições de força e reivindicativas para um melhor ensino, uma melhor escola, uma obrigatoriedade para que sejam cumpridos os direitos consagrados na lei das Associações de Pais, nada vimos ou assistimos.

Informar e exigir que todos os direitos consagrados na lei das associações de pais estejam incluídas no regulamento interno, etc., defender direitos específicos dos alunos, tais como a liberdade de expressão e opinião que no seu interior está coartada na lei 3/2008. O respeito a dignidade e respeitabilidade do aluno devem ficar bem vincadas no dito regulamento.

Assim como deixarem aprovar este decreto, sem a obrigatoriedade de incluir no conselho geral um número mínimo de pais, como estava no projecto inicial.

Mas nada, nada dizem, apenas dizem umas banalidades, tais como “estou contra os exames nacionais ou estou a favor dos exames nacionais” faltando fundamentar o conteúdo destas afirmações. Claro que são apenas posições pessoais e nada mais.

Serão talvez estas, haverá possivelmente mais razões, para que assistamos frequentemente pais e encarregados de educação a afirmar que não se revêm nestes ditos seus representantes.

Afirmo eu, se no conselho geral transitório querem que lá estejam 4 representantes de pais para elegerem o Sr. novo Director e aprovar o deles regulamento interno, também afirmo que se devem manter esse número de representantes dos pais e encarregados de educação no conselho geral definitivo.

Consultar: “
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, I

Consultar: “
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, II

A. Boleto Fonseca
2008.10.10

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8 de outubro de 2008

IGNORÂNCIAS DE ONTEM E DE HOJE

Não sou grande apreciador de fado... Por isso nunca prestei muita atenção aos poemas que o fado divulga.

No entanto depois de ler este que abaixo transcrevo não resisto a perguntar se o autor teria tido alguma visão do futuro ou a realidade na época era muito parecida com a que hoje se vive na Educação...

Leiam e depois de ler... o que me dirão ?!

Paulo Gomes da Costa
2008.10.08


Nasci Para Ser Ignorante
Por Sebastião Da Gama

Nasci para ser ignorante
mas os parentes teimaram
(e dali não arrancaram)
em fazer de mim estudante.

Que remédio? Obedeci.
Há já três lustros que estudo.
Aprender, aprendi tudo,
mas tudo desaprendi.

Perdi o nome às Estrelas,
aos nossos rios e aos de fora.
Confundo fauna com flora.
Atrapalham-me as parcelas.

Mas passo dias inteiros
a ver um rio passar.
Com aves e ondas do Mar
tenho amores verdadeiros.

Rebrilha sempre uma Estrela
por sobre o meu parapeito;
pois não sou eu que me deito
sem ter falado com ela.

Conheço mais de mil flores.
Elas conhecem-me a mim.
Só não sei como em latim
as crismaram os doutores.

No entanto sou promovido,
mal haja lugar aberto,
a mestre: julgam-me esperto,
inteligente e sabido.

O pior é se um director
espreita p'la fechadura:
lá se vai licenciatura
se ouve as lições do doutor.

Lá se vai o ordenado
de tuta-e-meia por mês.
Lá fico eu de uma vez
um Poeta desempregado.

Se me não lograr o fado
porém, com tais directores,
e de rios, aves e flores
somente for vigiado,

enquanto as aulas correrem
não sentirei calafrios,
que flores, aves e rios
ignorante é que me querem.

6 de outubro de 2008

MÁQUINAS UTILIZÁVEIS OU UMA PERSONALIDADE?

A propósito do dia dos Professores, de Aulas e de Alunos...

Como dizia Einstein:
Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correcto.

A história que a seguir conto chegou-me por e-mail há alguns anos atrás. Não sei o autor nem tão pouco se a história é verdadeira. Por uma feliz coincidência encontrei-a e entendo que se adapta perfeitamente ao momento da Educação em Portugal, em especial quando se fala em Alunos ou Professores.

Um professor universitário aposentado, que eu não tenho o prazer de conhecer, conta esta história verídica:
Há algum tempo recebi um convite de um colega para servir de júri na revisão de uma prova. Tratava-se de avaliar uma questão de Física, que recebera nota zero.
O aluno contestava a avaliação, alegando que merecia nota máxima pela resposta, dizendo haver uma "conspiração do sistema" contra ele.
Professor e aluno concordaram em submeter o problema a um júri imparcial, e eu fui o escolhido.
Chegando à sala de meu colega, li a questão da prova, que dizia:
- Mostre como se pode determinar a altura de um edifício com o auxílio de um barómetro?
A resposta do estudante foi a seguinte:
- Leve o barómetro ao alto do edifício e amarre-o a uma corda; baixe o barómetro até a calçada e em seguida levante, medindo o comprimento da corda este comprimento será igual à altura do edifício.
Sem dúvida era uma resposta interessante, e de alguma forma correcta, pois satisfazia o enunciado. Por instantes, vacilei quanto ao veredicto.
Recompondo-me rapidamente, disse ao estudante que ele tinha forte razão para ter nota máxima já que havia respondido à questão completa e correctamente.
Entretanto, se ele tirasse nota máxima estaria a receber aprovação num curso de Física, sem que a resposta confirmasse o seu conhecimento.
Sugeri então que fizesse uma outra tentativa para responder à questão: ele teria seis minutos e a sua resposta deveria demonstrar, necessariamente, algum conhecimento de Física.
Passados cinco minutos ele não havia escrito nada, apenas olhava pensativamente para a parede da sala. Perguntei-lhe então se desejava desistir, pois eu tinha um compromisso logo em seguida e não tinha tempo a perder. Surpreso fiquei quando o estudante anunciou que não havia desistido.
Na realidade tinha muitas respostas, e estava justamente escolhendo a melhor.
Desculpei-me pela interrupção e solicitei que continuasse.
No momento seguinte ele escreveu esta resposta: “Vá ao alto do edifício, incline-se numa ponta do telhado e solte o barómetro, medindo o tempo “t” de queda desde a largada até o toque com o solo. Depois, empregando a fórmula "h =(1/2)gt^2", calcule a altura do edifício...”
Perguntei ao meu colega se ele estava satisfeito com a nova resposta, e se concordava com a minha disposição de dar praticamente a nota máxima à prova.
Concordou, embora sentisse nele algum descontentamento, e talvez mesmo algum inconformismo.
Ao sair da sala lembrei-me que o estudante havia dito ter outras respostas para o problema.
Embora já sem tempo, não resisti à curiosidade e perguntei-lhe quais eram essas respostas.
- Ah!, sim, - disse ele – há muitas maneiras de se achar a altura dum edifício com a ajuda de um barómetro.
Perante a minha curiosidade e a perplexidade de meu colega, o estudante desfilou as seguintes explicações:
- Por exemplo, num belo dia de sol pode-se medir a altura do barómetro e o comprimento de sua sombra projectada no solo, bem como a do edifício, depois usando-se uma simples regra de três, determina-se a altura do edifício. Um outro método básico de medida, aliás bastante simples e directo, é subir as escadas do edifício fazendo marcas na parede, espaçadas da altura do barómetro. Contando o número de marcas ter-se-á a altura do edifício em unidades barométricas. Um método mais complexo seria amarrar o barómetro na ponta de uma corda e balançá-lo como um pêndulo, o que permite a determinação da aceleração da gravidade (g). Repetindo a operação ao nível da rua e no topo do edifício, tem-se dois “g's”, e a altura do edifício pode, em princípio, ser calculada com base nessa diferença.
Finalmente concluiu…
- Se não se exigir uma solução física para o problema, existem outras respostas. Por exemplo: pode-se ir até o edifício e bater à porta do porteiro. Quando ele aparecer; diz-se: 'Caro Sr. porteiro, tenho aqui um óptimo barómetro. Se me disser a altura deste edifício, dou-lhe o barómetro de presente.
A esta altura, perguntei ao estudante se ele sabia qual era a resposta esperada para o problema.
Ele admitiu que sabia, mas estava tão farto das tentativas dos professores de controlar o seu raciocínio e cobrar respostas prontas com base em informações mecanicamente absorvidas, que ele resolveu contestar aquilo que considerava, essencialmente, uma farsa!


Realço aqui a qualidade dos intervenientes. E se nesta história Aluno e Professor são do Ensino Superior, nos Ensinos Básico e Secundário muitas situações semelhantes. Existem nestes graus de ensino muitos e bons professores que devem ser incentivados para que realizem um bom trabalho. Só assim podemos construir um ensino de qualidade, que consiga transmitir aos alunos as competências necessárias, sem esquecer a sua avaliação.

Paulo Gomes da Costa
2008.10.05

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2 de outubro de 2008

NÓS OS PAIS
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, II


Dando ao desbarato todas as imposições legais, chegamos a esta conclusão, tudo tem de ficar concluído até 31 de Maio de 2009, eleição do director e elaborar e aprovar o novo regulamento interno.

Ora aí está algo em que os pais deverão estar minimamente preparados para assegurarem no dito regulamento alguns dos seus direitos constantes da lei das associações de pais, bem como contrariar o disposto no artº.12 nº. 2, em que não define o numero de representantes de pais e encarregados de educação no Conselho Geral, e passo a citar “na composição do conselho geral tem de estar salvaguardada a participação dos pais e encarregados de educação, contrariando o projecto inicial em que indicava um numero mínimo de representantes” mas enfim, é o que lá está e que não ouvi mais ninguém contestar esta alteração que não eu.

Voltando às imposições legais, nas disposições transitórias e no que diz respeito à composição do conselho geral transitório que terá de cumprir o dito no 1º parágrafo, explicita o número da participação dos representantes dos pais, obrigando à sua eleição nos termos já aqui expostos.

Possível indicação por parte das instituições representativas para que sejam eleitos em assembleia geral de pais.

Ex. Um agrupamento de escolas composto por 8 estabelecimentos de ensino. Cada estabelecimento tem uma ou “mais” associação de pais (o direito ao associativismo está consagrado na constituição portuguesa, pelo que se assim o entenderem vários grupos de pais podem criar uma AP representante dos Pais da mesma escola). Significa que se assim o entenderem cada associação indica o número de 4 seus representantes o que perfaria 32 e destes seriam eleitos na dita assembleia (repito: convocada pelo C.E. do agrupamento), os 4 representantes dos pais para integrarem o Conselho Geral transitório, bem como um grupo de pais também o poderá fazer, sem a obrigatoriedade de estarem em associação, basta para tal que fique essa alternativa regulamentado do regulamento interno, o que considero uma demonstração de liberdade de participação.

Assim o deverá ser, no futuro e sempre, sendo que estes representantes são mandatados para que no regulamento interno da escola/agrupamento fiquem salvaguardados alguns senão todos os direitos consagrados na lei das associações de pais, além claro de elegerem o director, etc.

Consultar: “
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, I

A. Boleto Fonseca
2008.10.02

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