ESTÁTICA E MOVIMENTO

30 de setembro de 2008

PROPINAS NO ENSINO SUPERIOR

Afinal não esperei sequer uma semana…

Depois de ter publicado no dia 23 deste mês de Setembro que “Com números também se fala nas dificuldades financeiras que as universidades atravessam! Como que a dizer às famílias que podem acontecer aumentos “necessários” nas propinas que permitam “equilibrar” os gastos!”, leio no Jornal Público que o actual Reitor da Universidade Católica defende o aumento das propinas no Ensino Superior!!!

E acreditem que ninguém me alertou que isso poderia acontecer, nem eu sou adivinho… apenas os sinais estão aí espalhados nas frases e na “lata” dos responsáveis políticos e universitários! É só estar atento!

Será que ninguém os pára? Para quando algum pudor destes senhores?

A ser verdade o que a notícia refere “todas as universidades e politécnicos vão cobrar a propina máxima que é de 972,14 euros, um aumento de 4,86 por cento nas universidades e 6,22 por cento nos politécnicos, à excepção do Algarve e dos Açores que não vão fixar a propina máxima prevista na lei”, como pode algum reitor pedir que se aumente, ainda mais, as propinas? E como pode isto ser pedido pelo Sr. Reitor de uma universidade privada? Terá ele “feito o frete” aos Sr.s Reitores das universidades públicas?

E porque não pedir aos reitores ou aos Sr.s Professores Universitários que aceitem baixar o seu salário ou as suas regalias sociais que muitos outros portugueses nunca virão a ter? Ou pedir ao governo que aumente os salários em valores percentuais semelhantes aos aumentos das propinas? Concretizar estas duas coisas seria da mais elementar justiça com todos os portugueses que pagam os seus impostos.

Claro que as universidades têm necessidade de financiamento!

Mas com as instalações que oferecem aos seus alunos, a falta de cantinas, a falta de apoio residencial para os alunos deslocados das suas residências, um sistema de bolsas e apoios complicado e talvez pouco claro para a maioria dos estudantes e respectivas famílias, os complicados sistemas de acesso, os mais complicados sistemas de mudança de curso ou de progressão nos estudos (embora se diga o contrário), as saídas profissionais difíceis que a maioria dos cursos oferece, como se pode pedir aos estudantes ou às suas famílias que paguem mais?

Não seria mais honesto organizar e oferecer o melhor para depois pedir que se paguem propinas mais elevadas?

Paulo Gomes da Costa
2008.09.30

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29 de setembro de 2008

NOVAS INFORMÁTICAS

Muitos não sabem mas iniciei em 1986 a minha curta carreira de 13 anos como professor de Informática na agora fechada (extinta?!) Escola Oliveira Martins.

Como curiosidade refiro que a Escola Oliveira Martins era, antigamente, Escola Comercial... depois foi Escola Secundária... E agora, em plena era de novas oportunidades, das ofertas e cursos tecnológicos, está fechada e talvez definitivamente extinta! Ironia de um Ministério que já nos habituou a justificar o injustificável em nome do que lhe convém.

Mas, como referi, iniciei a minha carreira de professor a leccionar Informática. Não resisto por isso a efectuar comparações entre o longínquo ano de 1986 e o actual 2008 face à proliferação de equipamentos informáticos ao dispor de alunos (de todos os anos lectivos) e docentes!

Em 1986 a Escola Oliveira Martins era, talvez, uma de muito poucas, senão a única, que em Portugal oferecia cursos técnico-profissionais de informática para além de incluir a informática noutros cursos de então. Foi, talvez, a primeira no País a oferecer esses cursos. Mas nem por isso os equipamentos de informática (leia-se computadores e demais periféricos) abundavam na Escola! Acreditam que em 1986 os alunos desses cursos técnico-profissionais de Informática só dispunham de 4 (quatro!!!) computadores do tipo PC – na época IBM PC com um processador 8086)? E antes disso dispunham de um ou dois postos de trabalho com um sistema operativo que nunca consegui identificar... porque os terminais já não funcionavam quando iniciei funções na Escola?!

Acreditam ainda que em 1997 ou 1998, doze anos depois de eu ter dado a primeira aula, que a Escola oliveira Martins tinha apenas duas salas com computadores (se a memória não me atraiçoa), muitos deles a funcionar desde o inicio dos anos 90 e, consequentemente, desactualizados?

E desenganem-se os que se pensam mais perspicazes!!! Não era um problema de recursos do Estado ou do Ministério da Educação de então... muito menos uma questão de aposta nos cursos técnico-profissionais... Era, tal como hoje uma questão eleitoral!

Na época “dar” computadores às escolas não rendia votos... talvez porque os políticos de então não percebessem o filão que estava mesmo ali diante dos seus olhos. A informática é há mais de 20 anos alvo da atenção da maioria da população, seja por motivos profissionais seja por divertimento. Quando muitos falavam (e ainda falam) de excesso de TV já eu dizia que também existia excesso de PC!!!

Mas só agora, em especial neste ano de 2008, parecem existir motivos para falar de computadores na escola ou computadores como umas das ferramentas de trabalho que os alunos podem usar! Pelo que a enorme campanha de divulgação nos diz, agora até entram pelas salas dentro para entregar aos meninos um PC, um laptop ou outra coisa qualquer que se assemelhe a um computador. Parece que agora todos os alunos terão direito a ter um computador a troco de nenhuns ou de uns poucos (??!) euros!

Será pela proximidade da actos eleitorais?!

De qualquer forma parece que é desta que os Pais e Encarregados de Educação terão, definitivamente, motivos para agradecer a este Ministério da Educação (agradecimento efémero?!) pelo bem que faz aos seus filhos, não só com computadores mas também com a adequada inclusão nas escolas, a mais que necessária acção social escolar, as actividades de enriquecimento, o desporto escolar, a segurança e a disciplina nos espaços escolares, sem esquecer que aumentou os professores nas escolas, organizou-as e está no caminho para melhorar a sua gestão tornando-as mais eficazes e produtivas!

Perante tamanha quantidade de benefícios que permitirão aumentar as potencialidades dos nossos jovens, em especial o material e equipamento informático, as possibilidades/probabilidades de no futuro algum professor de informática dar tantos vintes como alunos dentro de uma sala de aula são imensas... muito próximas mesmo do 100%!

Talvez consigam superar muito facilmente alguns alunos que obtiveram os mesmos vintes mas sem computadores há mais de vinte anos atrás. Talvez os superem facilmente nos cargos profissionais que estes alunos hoje ocupam nas melhores empresas portuguesas ou multinacionais. Quiçá consigam chegar a Primeiro-Ministro ou a Ministro de um qualquer governo deste País e com isso lancem novos programas e projectos que permitirão fazer evoluir Portugal...

Talvez o e-Estudo... ou e-Disciplina... ou o e-Trabalho... Sem esquecer o e_Mérito e o e-Sucesso e, naturalmente, os e-Facilidades, o e-votos e o e-simplex!!!

P.S. E não pensem que eu sou contra a utilização de computadores nas salas de aulas ou pela totalidade dos alunos! Sou sim contra a utilização de dinheiros públicos para campanhas que apenas têm como fim imediato, ganhar votos!

Paulo Gomes da Costa
2008.09.29

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25 de setembro de 2008

NÓS OS PAIS
OS PAIS COMO PARCEIRO NA ESCOLA, I


Com a entrada do novo regime de gestão e autonomia das escolas D.L.75/2008 de 22 de Abril, voltam ao pensamento as mesmas preocupações do antecedente.

Existe uma lei das associações de pais D.L 372/90 de 27/11 com as alterações feitas pelo D.L 80/99 de 16 Março, e pela Lei 29/2006 de 4 Julho.

Sendo verdade que o novo regime de gestão faz referencia ao acima exposto, também é verdade que limita a sua participação como instituição.

Essa instituição representativa poderá ou não, de acordo com o regulamento interno indicar o seu representante ao Conselho Pedagogico, participando apenas nos termos do nº. 2 do artº. 34º. e ainda a possibilidade de indicar pais e ou encarregados de educação para o Conselho Geral, para que os mesmos possam ser eleitos em assembleia geral de pais.

Estas são as unicas aberturas à participação dos pais na escola através das suas instituições representativas.
Não diz, já não dizia, mas entendo que a dita assembleia-geral de pais deve ser convocada pelo Presidente do CE do agrupamento e no futuro pelo director, o que deverá, para que não haja duvidas, ficar definido no regulamento interno da escola/agrupamento.

Os dois representantes de pais e encarregados de educação participantes na organização das actividades de turma nada têm a ver com as instituições representativas, são eleitos no inicio de cada ano numa reunião efectuada para o efeito pela directora de turma.

Significa então que a participação de pais e encarregados de educação é importante, mas não obriga a que sejam indicados pelas instituições, (actuais associações), mas sim a título individual, como já o era no modelo anterior e se perspectiva que assim seja no futuro.

A. Boleto Fonseca
2008.09.25

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23 de setembro de 2008

MANDA QUEM PODE...

E quem pode… PAGA! Paga para que os resultados apareçam!

Há muito tempo que manifesto a minha opinião sobre o método de acesso ao ensino superior: é mau, cria desigualdades, para além de ser o principal responsável pelos principais problemas no ensino secundário em Portugal (e por arrastamento do ensino básico).

Muitos Pais estão de acordo com a minha opinião. No entanto não se manifestam. Provavelmente terão receio de algum poder oculto que ainda por aí deambule ou antevejam a possibilidade de poderem, eles ou os seus filhos, vir a retirar algum dividendo do actual método de acesso. Lembro que num sistema que cria desigualdades há sempre quem seja beneficiado e quem seja prejudicado.

Para falar de acesso ao ensino superior temos de falar de muitos outros assuntos relacionados. Ensino público e privado, condições das instalações das respectivas escolas, exames nacionais, explicações e aulas de recuperação…

Na verdade facilmente se constata que os colégios particulares, explicações e qualquer outro expediente que “ajude” ou mesmo “impulsione” as notas dos seus filhos, estão na moda! Claro que vivemos num País democrático e livre, com uma economia liberal e onde a livre iniciativa e o empreendedorismo deve ser incentivado! E estes conceitos até podem ser verdadeiros e usados como argumentos! Mas não podemos aceitar que sirvam de camuflagem para formas de proceder que, apesar de legais, prejudicam cidadãos com enorme potencial e que merecem maior igualdade de tratamento na forma como é feito o acesso ao ensino superior!

Curioso é o que acontece em cada novo ano lectivo. É possível prever cada um dos episódios que irá acontecer…

Se existe possibilidade económica, os Pais colocam os filhos num colégio privado! Muitos apresentam condições deficitárias no que respeita a instalações e demais condições para os alunos. Mas, os Pais preferem! Segundo estes haverá mais exigência e mais disciplina! Tal não será verdade em todos, mas…

No final de cada período as habituais reuniões… que nas escolas publicas servem para informar os Pais e Encarregados de Educação das notas dos filhos e dos problemas que a escola pública atravessa! Nas escolas privadas servem para os Pais informarem quais são as expectativas que têm para os filhos e os objectivos (leia-se notas) que estes devem atingir!

No final do segundo período os resultados são avaliados pelos Pais e, caso esses resultados não satisfaçam, equaciona-se a mudança para algum colégio ou externato que aceite os alunos. Caso não seja possível a transferência “corre-se” atrás de explicações ou aulas de preparação para exames…

Seja nas escolas públicas ou privadas, nos meses que antecedem os exames, uns preferem destacar o stress de quem faz exames e a justiça, ou injustiça, de um exame realizado num tempo limitado. Outros preferem salientar a necessidade de avaliar os alunos através da exigência de um exame e a necessidade de “equilibrar” as notas a nível nacional com a realização de um exame para todos!

Passado o frenesim dos exames, passa-se para a fase seguinte: concurso ao ensino superior! No instante em que as notas dos exames são divulgadas, inicia-se o discurso sobre o acesso ao ensino superior, vagas, números de alunos a colocar, saídas profissionais...e muitos sentem também a angústia e a incerteza quanto à possibilidade de “entrar” em determinada faculdade, face às notas obtidas em exames. Algumas (muitas) famílias começam a fazer contas (muitas) à vida de forma a (re)equilibrar o orçamento familiar face à chegada de novas despesas que poderão ser “apenas” a propina numa faculdade pública – ou numa privada se não for conseguida a colocação no ensino público, deslocações, alimentação, alojamento para muitos alunos, livros e todo o material escolar que não deixa de ser necessário por se estar na faculdade…

Do governo ouve-se números… Só números! Mais de 40.000 mil que entraram na primeira fase! Zero vagas em muitas faculdades para a segunda fase! Percentagem alta de alunos que entraram na primeira opção!

Propaganda…

Para não parecer propaganda deveriam divulgar a quantidade de alunos que efectivamente se manteve no curso em que foi colocado sem uma única vez ter feito uma tentativa para se colocar no que pretendia! Ou melhor ainda, se tal fosse possível: dizerem quantos ficam satisfeitos com a sua colocação!

Com números também se fala nas dificuldades financeiras que as universidades atravessam! Como que a dizer às famílias que podem acontecer aumentos “necessários” nas propinas que permitam “equilibrar” os gastos!

Nada se fala sobre o método que coloca os alunos nessas faculdades!

É como se o sistema fosse perfeito, justo e adequado às realidades do País e, acima de tudo, premiasse o mérito, os conhecimentos ou as capacidades de quem estuda com um lugar na faculdade.

Na verdade assim não é.

Este método permite a manipulação de demasiados factores potenciadores de desigualdades. E parece que ninguém repara nisso! E perante as últimas reformas no Ensino Secundário, até parece que alguém está apostado em aumentar os factores de desigualdade...

Mas de que factores falo? Nível económico dos pais e encarregados de educação e região residência (distrito, cidade, concelho ou mesmo freguesia).

Para Pais e Encarregados de Educação estes factores, em conjunto com a sua perspectiva da educação e algum conhecimento sobre o método de acesso ao ensino superior, permitem autênticos milagres no acesso ao ensino superior!

Quem pode… Manda! E quem manda coloca os filhos nas escolas que garantam os melhores resultados! É quase como investir na bolsa, mas com maior certeza no retorno do investimento!

Dirão alguns que o que acabei de dizer são tretas. Não se pode manifestar esta opinião. E outras coisas mais…

Respondo a estas formas de argumentar com uma pergunta: porque não são feitos estudos que relacionem as colocações dos alunos nas faculdades com alguns dados como:
- Notas obtidas no secundário;
- Notas obtidas nos exames nacionais;
- Escolas que os alunos frequentaram no ensino básico e secundário;
- Zonas de residência dos alunos;
- Zonas de origem das famílias (concelhos e freguesias);
- Nível económico dos pais e/ou dos encarregados de educação;
- Valores estimados que as famílias gastaram no percurso do aluno no ensino secundário;
- Quantidade de alunos com apoio dos serviços de acção social;

Seria curioso também ver estudos sobre taxas de retenção em cada uma das faculdades nos diferentes anos... Aqui seria interessante saber quanto gasta o País com estes alunos. Seria também muito interessante associar o nível económico dos Pais a estas situações de retenção!

Se existem estudos deste tipo, provavelmente não foram determinantes para suscitar o debate sobre o acesso ao ensino superior e sobre o próprio ensino superior.

Por outro lado estranho que no meio das muitas reformas em implementação no ensino em Portugal, a única com relevo e que diz respeito ao ensino superior, refere-se à área económico-financeira, o que pode dar ideia que tudo vai bem menos os fundos que as Universidades possuem para se manterem em funcionamento! Sobre outros assuntos nem interessa falar!

E todo este silêncio interessa a quem? Às classes mais favorecidas economicamente? Aos detentores de cargos políticos ou públicos? Aos empresários? A todos eles? Ou a nenhum deles?

Penso que a todos eles… E a mais alguns que, por obra do acaso ou da sorte se vão intrometendo no meio dos que conseguem acesso ao curso que colocaram na tal primeira opção!

Soluções?

Sem pretender apresentar soluções finais, proponho ideias que poderiam ser o princípio a seguir no caminho da modificação do acesso ao ensino superior. Assim seria de implementar:
- Separação completa e definitiva entre as notas obtidas no ensino secundário e as notas que servem para acesso às universidade;
- Acabar com os exames nacionais no ensino secundário, valorizando a escola e os métodos pedagógicos que esta usa para justificar as notas que os alunos obtêm;
- As notas para aceso ao ensino superior serão obtidas através da realização de exames nacionais, dois por faculdade, a definir por estas e cada um deles com um peso de 50% para a nota de entrada;
- Possibilidades para os critérios de desempate:
- Realização de entrevistas aos candidatos empatados; ou
- Entrada de todos os alunos que reúnam condições iguais ao último seleccionado.

Evidente que os pais e encarregados de educação com maiores possibilidades económicas poderão continuar a pagar explicações e colégios particulares que preparem os alunos para os exames de acesso… Mas esse factor interfere menos nos restantes alunos, já que o mérito e a vontade de estudar não se pagam com dinheiro algum. E vontade de estudar nem todos terão da mesma forma…!

É evidente que tudo o que existe ou vais existindo em Portugal é reflexo do sistema político vigente. Mas era necessário mudar…

Paulo Gomes da Costa
2008.09.22

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22 de setembro de 2008

REGABOFE NAS ESCOLAS

De acordo com o título completo de um documento anónimo a circular em diversos meios sociais, académicos e parentais (ver documento na ligação em anexo no final do texto), deveria chamar a este minha opinião “Regabofe nas Escolas Secundárias do Porto”!

Não fosse o título espalhafatoso e com sotaque vagamente conhecido, semelhante ao de alguém que nunca esteve a favor, nunca esteve contra e muito menos se absteve de ir participando nesses círculos sociais, académicos e parentais da cidade do porto, eu nem teria lido este testemunho anónimo!

Começando por este pequeno pormenor… Carta anónima!!! Anónima mas cobardemente anónima pois não se inibe de enunciar Escolas, DREN, o Ministério da Educação e a própria Ministra, além de uma Federação Concelhia de Associações de Pais. Cobardemente anónima porque implica Pais, Professores e Alunos na autoria do documento! Cobardemente anónima porque não apresenta provas ou factos, apenas argumentos!

Com a minha frase anterior não estou, nem tal me passaria pela ideia, defender quem quer que seja! Apenas não percebo o porque do anonimato desta carta aberta.

Não percebo se as razões que levaram à sua divulgação são reais, a denuncia frontal e directa só ajudava a resolver o problema! Mais: mais Pais, Professores e Alunos se sentiriam levados a relatar prováveis casos que ocorrem, ou teriam ocorrido, nas Escolas do Porto!

Por ultimo também não percebo o porque da divulgação em “low profile” desta carta pela CONFAP! Afinal se há Pais com dificuldades e com os seus filhos discriminados, porque não se tentou levar o assunto ao conhecimento publico de uma forma mais esclarecedora?

Divulgar este documento, atirando-o para um blog muito conhecido, parece-me mais uma provocação do que um acto inteligente de quem quer promover o diálogo entre Pais, Professores e Alunos…

Paulo Gomes da Costa
2008.09.22

>>> Regabofe nas Escolas (Imagem JPG do Documento)

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19 de setembro de 2008

NOVO ANO LECTIVO 2008/09

Para a maioria dos alunos iniciou-se esta semana o novo ano lectivo.

Ainda bem, que não se atrasou muito o seu início, apesar das varias mudanças ou pequenas alterações que se incluiram.

Mais apoio na acção social, onde se inclui mais manuais gratuitos, deveriam ser para todos, lá se irá chegar quando os mesmos já não forem necessarios, é que agora há o magalhães e é logico que num futuro proximo esteja tudo incluido no descobridor, novo modelo de gestão nas escolas onde com excepção do CG transitório que terá de ter quatro representantes dos encarregados de educação, no definitivo haverá de acordo com o regulamento talvez NENHUM, o inglês para os pequenos do 1º ano, e mais uma e outra novidade, mais aqueles habituais de todos os anos, o fecho de umas escolas, a transferencia penosa para alguns alunos, a falta de espaços para dar aulas, recorrendo-se a contentores, salões dos Voluntarios, juntas de freguesia e mais recentemente para campos de futebol, a falta de pessoal auxiliar numas escolas e o excesso noutras, o habitual, além claro da avaliação dos professores, para gaudio de algumas instituições representativas de pais e encarregados de educação.

Mas, parece que há mais, segundo uma determina instituição concelhia representativa de pais e encarregados de educação.

Pelos vistos a escola vai estar sempre aberta para que pais e encarregados de educação por lá passem para verem um cartaz que para lá mandaram para afixar.

Se for tal e qual uma brochura que me que me chegou às mãos, ao vê-la imaginei que aquilo fosse alguma publicidade de uma associação arco-iris, tanta é a cor que por lá vai, mas não, era mesmo duma instituição de pais.

Olhando minuciosamente para o seu conteudo verifica-se que aquilo não passa de frases feitas por outros em tempos passados, com um pedaço de ferro fundido segurando por linha de pescador varios balões (só lá estão nove, deveriam ser doze), com uma serie de adjectivos, sem objectivos e dos três que lá não estão, um seria o INOVAR, não sabem, apesar de eu ser de opinião que copiar também é inovar, outro o PARTILHAR que é algo que por lá não se usa. A verdade é que não haviam estes balões mas o outro sim, verdade havia outro e após recolher os destroços do seu rebentamento consegui completar a palavra... era DESTRUIR. Tal e qual o que têm feito nestes ultimos tempos, destruir tudo aquilo que ao longo de alguns anos se foi construindo.

Naturalmente que quando o poder politico mudar eles também lá não estarão.

Talvez a sua emissão tenha resolvido algumas questões de dificil resolução, “credibilidade” e salvado outras de iminente “insolvência”.

Tenho dito.

A. Boleto Fonseca
2008.09.15

18 de setembro de 2008

PRAXE SEGURA

Sábios pensamentos, os do Sr. Ministro do Ensino Superior, que foram anunciados nas páginas dos jornais do passado dia 10 de Setembro!

Mas, de acordo com as ideias que manifestou, deveria este Ministro alertar a sua congénere do Ministério da Educação para a necessidade de alterar (sim... mais uma vez e desta vez com mais bom senso) o Estatuto do Aluno do Ensino Não Superior. Ou não se deram conta que estas "liberdades" que têm sido levadas à prática na praxe por muitos “doutores da treta”, leia-se universitários com duas ou três inscrições, têm origem na falta de DISCIPLINA que grassa nos graus de ensino básico e secundário?

Se estes doutores da treta aprenderam no básico e no secundário que desrespeitar a escola o Professor e muitas vezes os Pais e Encarregados de Educação, como pretende o Sr. Ministro do Ensino Superior fazer respeitar o que afinal são regras básicas de respeito por colegas de estudo? Será complicado, não?

Claro que defendo a realização da praxe, devidamente enquadrada em todas as actividades académicas existentes no ensino superior... Não posso defender é o desrespeito nem a indisciplina de umas quantas bestas que, por qualquer razão inimaginável, acham que podem sobrepor-se a tudo (nomeadamente aos códigos da praxe que desconhecem em absoluto) e a todos... Até aos superiores hierárquicos e autoridades deste País...

E não há uma maior quantidade de casos de desrespeito e humilhação de direitos liberdades e garantidas dos caloiros porque ainda existem alunos com educação e bom senso para realizar uma praxe dentro dos “limites”! E alguns com medo, naturalmente, de ultrapassar os limites impostos pela “autoridade” de um Ministério ou de um Reitor...

Ainda é assim... No futuro não sei se assim será!

Crie-se o gabinete de segurança “Praxe Segura”... À semelhança do programa “Escola Segura”!

Paulo Gomes da Costa
2008.09.16

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17 de setembro de 2008

O CIRCO

Venham, venham, venham assistir ao maior espectáculo do mundo, O CIRCO.

Já passou, chegamos atrasados, outros não compareceram, foram decentes.

Assistiu-se no ido 12 de Setembro, ao espectáculo governamental do mês. Neste o chamado dia do DIPLOMA, ora, ora pensei eu nos meus 9 anitos, quando após o exame da 4ª classe realizado na sede do concelho e por o ter feito correctamente me foi dado o diploma da 4ª.

Foi um vaivém de ministros e secretários no Portugal de lés a lés a discriminar alunos e mais alunos.

Gostei muito de ter assistido ao da agricultura a fazer a entrega do dito. (Para quando o dia do pescador... acabou com eles... ou agricultor... não lhes passa cartão e quando fala só os provoca, então talvez os produtores de leite... aí talvez... mas... não sei... para que ainda existe esse ministério... ou melhor o ministro? Ele, existe, existe, eu vi-o na TV.

Voltando ao diploma, todos sabemos que a escola tem professores e alunos além do pessoal auxiliar, e a função primordial é, para uns, ensinar, instruir e para outros aprender e partilhar. Também sabemos que, como em qualquer parte do mundo há alunos com uma maior facilidade de aprendizagem e que normalmente o demonstram nos exames finais de cada ano, assim como nas diversas avaliações que se fazem ao longo do ano lectivo. Por alguma razão existem aulas específicas de acompanhamento para aqueles que têm mais dificuldade na aprendizagem (ou já não existem?).

Então não é que sabedoria das sabedorias, os nossos governantes acharam que deveriam dar um diploma e uns euritos aos melhores, contrariando as regras porque sempre foi e deverá ser feita uma verdadeira avaliação de um aluno.

Meus senhores na escola os alunos com maior capacidade de aprendizagem são valorizados nas notas finais havendo aí a distinção entre uns e outros.

E já aí aqueles que infelizmente não têm tantas capacidades sofrem a bom sofrer por não conseguirem ser iguais aos seus colegas, mas só porque era necessário dar espectáculo vai daí promove-se o dia do diploma e o próprio estado marginaliza aqueles em que deveria investir para que fossem tão bons como os outros. Mas não, faz exactamente o contrário.

O nosso governo, considera agora que a escola já não é um lugar de aprendizagem e ensino, mas sim uma linha de montagem, qualquer que ela seja, e vai daí, premeia a produtividade.

Senhores governantes a escola tem objectivos diferentes duma empresa, ensinar e formar, uma empresa tem outros, produzir e ganhar. E é aceitável que numa empresa haja prémios de produtividade. Colocar a escola lado a lado com uma empresa na minha modesta opinião é “funesto”.

Também ouvi o nosso primeiro no alto do palanque falar sobre o dito diploma, falou, falou e falou de AMOR, isto é uma demonstração de AMOR, para com a escola a educação etc. etc..

Claro que me lembrei de um dos seus antecessores, em que o seu slogan era a educação para nós é uma PAIXÃO.

Ora aí esta a continuidade normal da vida... nasce, cresce... reproduz-se e por aí fora.

Com estes governantes começou-se pela PAIXÃO, passados 10/12 anos já vamos no AMOR.

Que outros os substituam, porque a continuar neste ritmo esta saga de PAIXÃO, AMOR pode muito bem terminar na lógica sequência, ÓDIO.

Manda quem pode, faz o que quer quem tem o poder, mesmo que sejam asneiras e lá continuamos nós indo e rindo neste país cada vez mais triste, com os portugueses mais envergonhados, e com um futuro... no mínimo duvidoso.

E o que dizem os senhores que se dizem representantes dos pais a tudo isto?

Estão de acordo, não estão, assim a modos que! Que se passará!!!

Eu não, por isso, esta minha opinião.

A. Boleto Fonseca
2008.09.15

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12 de setembro de 2008

À FALTA DE MELHOR... AÍ VÃO UMAS IDEIAS... IDIOTAS.

80 milhões
Gastam este ano as famílias com os manuais para que os seus filhos não tenham faltas de material, porque faltar podem faltar, material é que não, depois só que é preciso é apenas fazer um examezito e já está. vide estatuto do aluno.
Apesar de haver mais manuais gratuitos, segundo o ministério e não duvido, mas não duvido mesmo, é verdade, foi dito pela Sra. Ministra pois se dissesse o contrário lá teria de provar, (a frase mais in da Sra. ministra) prove, prove, e nenhum dos que se dizem representantes dos encarregados de educação disseram o que quer que fosse, mesmo sabendo que os mesmos aumentaram em média 6%, que continua a faltar a certificação dos mesmos, mas nada, nada falaram, apenas se ouviu “a criminalidade tem de ser banida” olha que esperteza, olha...sobre manuais nada, paga pagante (aqui o pagante é aquele que sempre paga os seus impostos) porque só não paga e são muitos aqueles que são subsidiados de à 9/10 anos a esta parte. Yes minister.

O fomento dos 500
Não, não quero trabalhar e ganhar 500 €uritos, quando recebo de rendimento de inserção muito mais, sabe tenho um agregado familiar que me permite ganhar sem trabalhar.
Assim se faz politica social segundo S. Sócrates o 1.º da independente (ah, já se tinham esquecido!).

Or english
De pequenino se torce o pepino
Vamos ter os nossos pequerruchos a chegar a casa a dizer...mummy, daddy, yes, yes, ok.
Ko para a falta de espaços para estas aulas, como os vão solucionar se nos anos anteriores nas outras turmas foi um descalabro, sem espaços, recorrendo ao vizinho para lhes ceder espaços.
O que faz falta é dar condições à malta. Simples não é? Vamos a isso. Ora, ora.
Vamos mas é fechar mais umas escolitas, o resto se verá!!!
Posição sobre isto senhoras e senhores ditos dignos representantes dos encarregados de educação. Yes minister.

Prémios ao melhor do secundário
Ora aí está uma forma diferente de se contradizerem, afinal nem todos são bons alunos.

10 horas diárias de reclusão
Alunos das 08 às 18 numa sala de aula diariamente é igual a prisão.
Se me convencerem que durante essas 10 horas, estão incluídos os tempos normais de ensino, as actividades de enriquecimento curricular e outras, mas, mas repito, que após o termo do horário normal de ensino o aluno é colocado noutro espaço, qualquer que ele seja, mas nunca na sua sala de aula, retiro a palavra prisão, mas convençam-me. Haverá alguém que o faça?
Então senhoras e senhores ditos dignos representantes dos encarregados de educação, que me dizem? Yes minister.

Os melhores resultados de à 12 anos segundo S. Sócrates o 1º da independente
Faltou dizer, que se fecharam cerca de 5000 escolas (vai ser necessário criar um anexo na Torre do Tombo para guardar tanta chave), houve menos professores, desses menos professores para que não fossem penalizados na sua avaliação não poderiam nunca reter mais de determinada % de alunos, ver ECD, os custos inerentes à deslocalização dos alunos dos diversos locais onde se fecharam escolas é da responsabilidade dos Municípios, e as verbas que para estes foram transferidas não estão incluídas como despesas para a educação, e não é verdade que os alunos saibam mais, apenas e só, que não é possível reter mais do que determinada % de alunos, para que não sejam penalizados na sua avaliação. Yes minister dizem os ditos, com os professores nunca.
Já ouvimos, vamos continuar a ouvir os senhores professores universitários dizer ainda com mais afã que os nossos alunos não estão minimamente preparados para frequentar a sua faculdade. Realidades, realidades, qual será o argumento do 1º da independente, sobre isto. Ah já sei, manda o da Ciência tecnologia e superior fechar mais uma.
Que me dizem senhores ditos representantes dos encarregados de educação? Yes minister.

Abertura do ano lectivo
A aula da Sra. Ministra numa escola em Miragaia, Porto, foi para adultos, os alunos ainda estão de férias, é verdade continuam de férias, só dia 15 é que aparecem às aulas, tá, e quem compareceu quem foi? Os mesmos, os do aparelho “digestivo”, os amigos, os amigos dos amigos os contratados e mais aqueles que rodeiam os mesmos. Elucidativo não?
Onde vais rio que eu canto, onde vai tanta amargura.
No povo, no povo.

100.000 alunos com necessidades especiais de ensino
É mentira, diz a Sra. Ministra, não são 100.000, são 55.000 tem provar, o quê, andou a contá-los um a um, palavras da dita.
São 55.000 alunos sinalizados, diz a ministra, parece-me que o que diz o coordenador da Universidade do Minho é que existem mesmo 100.000, o problema da sra. Ministra é que só conta com os sinalizados. E então como é que agora se sinaliza um aluno com necessidades especiais, já não é como sempre foi. Os integrados deixaram de estar sinalizados, acabaram os apoios a esses alunos e lá se reduziu de 100000 para 55000. Já dizia o outro, é só fazer contas, aliás ainda o diz quando confrontado com o número de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária. Tem tudo a ver com educação/formação, são engenheiros não são matemáticos.
Matemática, o que é isso, não foi banida no acordo ortográfico? Pensei...é que ninguém pensa na dita, com excepção dos verdadeiros “matemáticos”.

A bem do povo e da nação,
vamos todos dar a mão,
e dizer NÃO,
a tudo aquilo que está errado
na educação.

Idiotices... idiotas!!!

A. Boleto Fonseca
2008.09.11

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11 de setembro de 2008

ESTÁTICA

Sendo o Movimento o nosso principal objectivo temos permitido que a estática impere neste blog…

Se quantificarmos os textos escritos nos últimos meses esta será uma verdade difícil de contrariar. O que não quer dizer que este blog esteja parado! O conceito de “parado” é uma ideia demasiado drástica para a considerarmos como válida.

Esta “pausa” deve ser vista como natural atendendo a que Estática e Movimento se complementam, permitindo a necessária reflexão que impulsionará o Movimento na procura de novas e melhores formas de Educar e Ensinar.

Por outro lado as “reformas” introduzidas no ensino nos anos lectivos mais recentes, bem como tudo o que se adivinha para o próximo, foi bem mais que suficiente para justificar uma pausa para reflexão e assimilação de ideias que permitissem a publicação e divulgação de opiniões sobre as consequências e implicações destas medidas no futuro da Educação e os impactos que provocarão nas Escolas e na Educação / Instrução das nossas crianças.

Assuntos como A Educação Especial, o Estatuto do Aluno, os Exames Nacionais (em especial os de 2008) ou as Provas de Aferição merecem uma atenção especial. Mas também a avaliação das Escolas e dos Professores pelas implicações que tiveram, têm e que virão a ter nas Escolas.

Mais recentes os números do (in)sucesso escolar divulgados pelo Ministério da Educação devem merecer a necessária análise que deverá estar muito para além de saber que percentagem de alunos fica retida e em que anos isso se verifica.

Dos assuntos que deverão ser alvo de atenção num futuro próximo temos a proposta, lançada com a “necessária suavidade”, sobre a unificação do 1.º e do 2.º Ciclo do Ensino Básico.

Depois de enunciados alguns dos assuntos que preocupam Professores (muitos), Pais e Encarregados de Educação (alguns) e Alunos (daqueles que percebem que facilidades ou facilitismo não são caminhos a trilhar), facilmente se constata que será necessário muito trabalho para melhorar a Educação em Portugal.

Um dos principais obstáculos será convencer muitos políticos e muitos Pais e Encarregados de Educação que facilitar a vida aos meninos não é um caminho seguro que lhes permita garantir as qualificações e competências necessárias daqui a 10 ou 15 anos... E que os cursos que permitem “levar” os alunos até a um diploma do 9.º ou 12.º ano não são garantia de um emprego estável e muito menos bem pago, em nenhuma parte do mundo, nem agora nem no futuro.

No entanto muitos continuam a insistir em olhar apenas para os fins sem olhar a meios! É, sem qualquer margem para dúvidas, mais fácil “passar” alunos que avaliá-los de forma responsável, retendo-os se eles não atingirem os objectivos estabelecidos. A Europa gosta de ver números... e os nossos governantes cumprem!

O problema está no facto de muitos ainda não terem percebido que, se actualmente não há lugar para profissionais que já obtiveram as suas qualificações (licenciados, mestrados e quiçá, doutores), como haverá lugar para alunos com o 12.º ano feito por equivalências ou por certificação de competências adquiridas na vida activa (ou noutra coisa ou cargo qualquer...)?

Pretenderemos transformar este País num qualquer paraíso de mão de obra barata (e escrava)?

A forma como os governantes têm “falado” ao País deixa antever grandes revoluções e muito marketing político junto da população que não entende muito mais que slogans popularuchos. Para ajudar certamente estarão prontas algumas instituições que deveriam defender os Pais, os Alunos e até as Escolas mas que apenas mostram estar ao serviço do Ministério da Educação e das suas políticas.

Por tudo isto, e muito mais, até breve…

Paulo Gomes da Costa
2008.09.11

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