ESTÁTICA E MOVIMENTO

5 de novembro de 2009

VIERAM AS CHUVAS

Novembro chegou, e tal como prometido cá estou.

Nova vida, novo ano, novo (velho) governo, mesmo presidente e por aí adiante…

Neste hiato, não deixei de dar a minha opinião, mas não com a frequência habitual.

Agora com mais tempo regresso e na verdade algo de não novo aconteceu. Eu sei, eu sei, houvera três actos eleitorais, mais algumas zangas partidárias, a calamidade que se aproxima cada vez mais com o h1n1, e se tentou abafar nestes tempos, e que agora já se alastra em demasia e se começa a verificar que o tempo que mediou desde o seu inicio, as prevenções, os planos de acção começam a colocarem-se em causa. Exemplo disso são umas determinadas zonas do país onde a calamidade é enorme, e os srs., entendidos acham que é necessária a vacinação a duendes e não a doentes, com excepção das pessoas de maior risco. E isto do risco ainda estou para perceber porque razão são de risco polícias e deputados e as crianças não, quando sabemos que normalmente têm menos cuidado com as precauções. Politicas da nossa política, ou vidas do quotidiano.

E nestas vidas quotidianas, com o sobressalto da gripe A, ainda com as expectativas, (será que há expectativas?) do novo velho governo, preparamo-nos para as festas natalícias. É cedo dizem uns, outros dirão que não. E nesses me incluo. O povo está sem euritos, o patronato diz que não pode aumentar os salários em 80 cêntimos por dia, àqueles que menos ganham, mas que lhe produzem a sua riqueza, outros levam um pontapé no traseiro e andam à boa vida o dia inteiro. Dizem as estatísticas que há 9.3 % de desempregados, eu sou mais comedido devem ser acima dos 10%.

Não há emprego, trabalho, como lhe queiram chamar, e, se o há eles não aceitam.

Notem, “meu caro se pudesse mandar embora mais algum, e vem você pedir-me emprego?”. Claro que este empresário é dos que só sabem usurpar com o esforço e dedicação daqueles, que já nem exigir os seus direitos podem, caso contrário sujeitam-se a irem para o desemprego. Assim vai a vida de quem trabalha, e não.

Num país onde 30% da população vive em pobreza constante e sem avistar a tal “luz ao fundo do túnel”, quase 50% não quis eleger este governo ou outro qualquer.

Mas lá tomou posse, “com pompa e circunstancia”, lá mandaram uns “bitaites” um ao outro, mas soluções… oh meu queres ser meu aliado, oh meu, que tal fazermos aqui uma panelinha, umas tripas à moda do porto, não, não, prefiro rojões à minhota, é azar agora não temos aquele do sarrabulho, vai ser complicado. E que tal umas amêijoas à Bolhão Pato, já para não dizer um leitãozinho da Bairrada acompanhado com aquela pinga da região. Não vai não, diz o outro que agora vai pôr a tropa em ordem. Tropas aqui são as forças de segurança. Nós seguimos o nosso caminho eles não o podem bloquear. Não podem. Não. Vê lá, se o fizerem são os culpados de não continuarmos com as nossas afrontas. Topas. É que eu sou do norte pá. E vou resolver a questão dos submarinos. Ai vai, vou.

Lá continua o PSP, tão bem falante como o seu primeiro Pinto de Sousa, acho que frequentaram a mesma explicadora em aulas de etiqueta e boas maneiras, assim como bons usos e costumes, o das palavras esquisitas, o intelectual das barbas grisalhas, o cabelo rapado que nos esfola tudo o que temos e não temos, a bem mal dizer é tudo igual. Já dizia o democrata, já não vivemos, vamos morrendo calma e lentamente com estes políticos, referindo-se à ditadura.

Mais indícios de corrupção, são as faces escondidas, os semáforos intermitentes, o homem da prevenção rodoviária de á uns anos, metido noutra, é a sucata ou ferro velho, como bem se dizia no filme Fantasma da Ópera, os arranjinhos para esconder os responsáveis dos empreendimentos em segredo de justiça, é o não assumir as responsabilidades de estarmos com uma divida externa como nunca, o desemprego que existe, e vem um tal de Pinto de Sousa criar um ministério de trabalho. Mas onde é que há trabalho. Digam-me. Só se for para legalmente dar o seu aval ao fecho de mais empresas. Elas fecham umas atrás das outras, é só a aumentar a taxa de desemprego. Vá lá, colocou lá uma sindicalista, para mim foi para lhe fazer a cama. Olha quem ele é. É da família daqueles primos todos que dizem que não se conhecem, mas que as reportagens de diversas tvs, afirmam que levaram algum com o negócio de Alcochete. Será?

Mas há um da solidariedade, é pá tá difícil, eu mando aí uma psicóloga, um psiquiatra, (mas daqueles que já estão no quadro, não pensem que vão admitir novos profissionais, nada disso, não tenham ilusões), e vamos ver o que se consegue. Um tipo desabafa, precisava duns euritos, não, isso não. Não há trabalho. Candidata-te ao RMI ou RIS, ou lá como se chama. Sei lá. Tenta, pode ser que dê. Dá? Dá, de certeza, és daqueles que te propuseram trabalho e não aceitaste, vais receber. Isto é o nosso Estado, é assim que funciona. AaaaaaaaaaaaaaaaaaH!!!!

Como será que vamos sair deste profundo poço que é a crise e fazer obras faraónicas se não temos vintém. Como diz o outro um vintém é um vintém e um cretino é um cretino, por muito que os pintem com as cores da Benetton, e está dito.
E a educação, e a justiça, e as obras públicas, e a cultura, e o emprego, e a agricultura. Uns saíram, outros lá entraram e que é das politicas. Ah, esquecia, estamos perto do Natal.

Continua-se a viver, entre pobreza, riqueza e uns arranjinhos.

Não haverá por aí alguém que me queira contactar? Mas só se não for descoberto!

A. Boleto Fonseca
2009.11.01

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