ESTÁTICA E MOVIMENTO

22 de agosto de 2009

4,5% ? O PREÇO DO ENSINO!

Crise…

Qual crise?!

Crise é apenas para quem trabalha e não “saca” em lado nenhum um dinheiro extra que lhe garanta melhor alimentação, melhor roupa ou casa… Ou ainda melhor ensino, melhor justiça e melhores serviços de saúde (se bem de todos estes últimos parecem ainda ser capazes de funcionar nos mínimos exigidos para os impostos que pagamos)!

Acontece que nos últimos 10 a 12 meses não param de nos meter a crise casa dentro…

Emprego a diminuir… E por causa disso invoca-se a necessidade de diminuir salários para manter o emprego!

Consumo a diminuir… Mas sem emprego ou um salário capaz, com se compram os bens essenciais?

Casas por pagar… Créditos mal parados… E um cem número de coisas mais!

O que não se explica é como os bancos continuam a ter mais lucros que os obtidos em anos passados, quando a crise ainda era uma miragem…

Não se explica como pode a EDP apresentar ainda mais lucros que o apresentado no ano de 2008!!!

Não se explica é como a GALP, mesmo quando o petróleo baixa de preço, venha dizer que chegou o tempo dos combustíveis aumentarem porque… os custos aumentaram!!! Como é isso possível aumentar custos quando o petróleo diminui de preço, os empregos são menos e o salário de quem ainda trabalha diminuiu e os prémios de produção talvez tenham deixado de existir…???

E na Educação? Na Educação nada de muito novo… excepção feita aos livros escolares… 4,5% de aumento no preço dos livros!!!

Será que o papel aumentou? As tintas? A quantidade de pessoas que são necessárias para trabalhar nas grandes editoras aumentou? Os autores fazem-se pagar melhor? Os programas escolares mudaram e foi preciso refazer todos os livros?

Não me digam que agora é necessário pagar somas avultadas pela publicidade com que se tem de convencer os Pais a comprar os livros para os filhos? Ou será que o aumento gradual do gasóleo que se prevê venha a acontecer até ao final do ano, por uma fantástica e conveniente previsão de custos, está já incluído neste fabuloso aumento de preço???

Curioso é que nesta altura da crise – qual crise? - nem se fala da inflação. Até parece que deixou de existir!

E quando tudo apontava – pela alegada crise – para uma diminuição de custos e de preços para o consumidor, eis que os livros aumentam de preço…

E o Ministério da Educação nem os seus servos e aios dizem algo! Mas se calhar não é de esperar alguma coisa de apenas se tem mostrado preocupado em destruir tudo à sua passagem, fazendo as famílias pagar, bem paga, a factura dessa destruição.

Claro que devo estar a esquecer que livros mais caros e a crise implicam mais famílias sem dinheiro para comprar livros! E nesse caso nada como uma ajuda de um governo em campanha eleitoral a conceder mais apoios sociais a famílias carenciadas e incapazes de… comprar livros escolares!

Se assim for pode ser que aceite perceber que assim ganham todos e ficam todos satisfeitos!

E se assim é porque não aumentar outros bens e serviços que de certeza rendem grandes satisfações?

Paulo Gomes da Costa
2009.08.21

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ESCUTAS

Os tempos são outros, dizem alguns…

A ser verdade aceito pensar que alguns acontecimentos do passado apresentam contornos “mais emocionantes” ou mesmo “mais românticos” que alguns dos que hoje chegam ao conhecimento do grande publico.

Dias como o 25 de Abril, 11 de Março ou 25 de Novembro, “Acidentes” como Camarate, ou até episódios políticos como a queda de governos e dissolução de Assembleias da República, parecem hoje muito mais atractivos que na época, altura em que pareceram dramáticos! E alguns destes acontecimentos foram dramáticos sem dúvida alguma!

Nos dias mais recentes acontecimentos como a “demissão e fuga” de um Primeiro-ministro, a demissão e promoção de outro e a exoneração e tentativa de liquidação politica de um terceiro não parecem grande coisa comparado com o “acidente” aéreo que vitimou um Primeiro-ministro e um Ministro da Defesa de Portugal!

Também recente a tentativa, consumada?!, de escuta na Procuradoria-geral da República parece esquecida ou mesmo apagada da memória colectiva…

Mas eis que novo episódio de escutas é conhecido… Desta vez na residência oficial do Presidente da Republica!

Óhh santa paciência? Mas não saberão eles inventar novos factos ou acontecimentos?

De novo só o local!

E sendo verdade ou não, esta nova escuta só vem (re)afirmar a vontade que muitos têm em permanecer no poder ou no controlo do mesmo! E isto não é nada de novo nem diferente de outros episódios conhecidos, sejam recentes ou antigos.

Mas, nestes casos, não deveriam os diversos órgãos de poder, através dos seus legítimos representantes, elevar-se e defender, a qualquer custo, os valores da democracia?

Parece que isto não é bem assim… E não sou eu que estou com qualquer dúvida sobre democracia!!! Estou sim com a certeza que há “passividade” em todos os poderes, ocupantes dos lugares de poder e candidatos a ter o poder!

E mesmo num País em crise de tudo, onde não faltam novos Robin dos Bosques ou Zés dos Telhados, para usar um produto inteiramente nacional, onde também não falta quem em nome deles queira fazer o bem e praticar justiça, não há quem, de uma vez por todas, diga alto e bom som que o País esta mergulhado numa verdadeira operação de saque a tudo e a todos, até aos que se julgam a salvo de saque nas suas fortalezas palacianas…

Assim sendo, será que vale a pena intervir e tentar conseguir um País diferente? Ou será melhor sair daqui para fora enquanto é tempo?!


Paulo Gomes da Costa
2009.08.21

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18 de agosto de 2009

A BANHOS

Com tamanha sovietização, vejam lá, que até os navios são desviados, andou o país nestes últimos tempos e ninguém deu por ela.

A verdade é que a tal sovietização, tem tudo a ver com o pós muro, murado, que de arame farpado já nada tem. E de farpado vêm as farpas que ilustremente o senhor que veste apenas roupa de uma marca, que por sinal só aqueles que de fortuna vivem podem comprar, vem dizendo que “inusitado” seria possível, vejam só a palavra, negativamente tal entendimento. O que na verdade nos querem dizer com tal adjectivo é, que quase não se usa, mas se tal for possível abre-se uma excepção. Já dizia o meu bisavô que não conheci. Isto de política não tem nada de especial é só panelinhas, e digo eu, daquelas que os latoeiros nos tempos de então quando passavam pelas terras portuguesas ali se instalavam, conforme as necessidades, e aqui necessidades significa necessário, para fabricarem as tais, assim como tachos e demais artefactos para servir os trabalhadores que de sol a sol se prestavam para as colheitas.

Nessas épocas, ainda não se fechavam as portas a sete chaves, tantos são os assaltos, era apenas com o “ferrolho”, sabem o que é? Eu digo: de ferro ou madeira com que se fechavam as portas e se abriam por uma abertura por onde as nossas mãos entravam. Eu sei, o mundo pula e avança, como diz a canção, mas esses senhores que vestem marca cara, lá defendem o indefensável, porque sendo certo que já foi moda ser de esquerda, ou intelectual como lhe queiram chamar, eu continuo na mesma choça, ou seja a ver a aumentar o desemprego, a ver as pessoas a passar fome, a ver metade ou mais da população a viver abaixo do limiar da pobreza, dito do mínimo possível de sobrevivência, e aqueles que se dizem os verdadeiros defensores de todos estes, nós, não abdicam de nenhum do seu para ajudar outros. Sabemos todos que já somos poucos os que trabalham e não chega aquilo que nos sacam por fazer riqueza aos outros para tudo, mas então pergunto, porque será que quem nos governa, e pensa que vai governar e aqueles que ainda não o conseguem mas também querem não aceitam, tal qual, os por conta de outrem há anos não vêm um aumentozinho no seu vencimento. Pois, pois vem aí a lei do robim dos bosques, tretas, balelas, vãs promessas que conhecemos.

Tá certo, temos, já diz o nosso, nosso virgula, esse, o tal que diz ainda está para vir um... qual Sebastião, que é necessário ajudar os malandros, ok ajudemos, ajudemos? E aqueles que desde miúdos começaram a trabalhar e recebem uma reforma de miséria e ninguém por eles olha.

Que me dizem?

Tudo isto a propósito da época balnear.

Tudo pra banhos.

É na... falésia, no areal, na estranja que é mais barato, vejam só, é no Portugal profundo, que é dele?, enfim, nesses lugares todos. Mas sempre fica alguém para umas diabruras, género “primeira linha” e sem esquecer o outro, assim a modos, que é muito baixo, é política rasteira ou parecida, não se lembram eles que nos andaram a papar, entre aspas, durante mil e trezentos dias, mas dizendo o contrário da realidade faminta do povo. Nós conseguimos desbaratinar o emprego a meio milhão de pessoas, só nós o conseguimos. Nós conseguimos fazer com que mil e quinhentas pme fechassem, haverá alguém capaz de tal façanha? Estava-me a lembrar daquela história “espelho meu haverá alguém mais bonito do eu”? Claro que não, então esses cabelos esbranquiçados, esse dom da palavra, mesmo sendo só mentiras, só tu e tu e mais tu e mais ninguém, conseguiria empobrecer o pais como o fizeste, mas tá bem mesmo assim estamos na cauda de Europa, tal e qual o prometido. Não, não foi isso o prometido, mas ok, aceitamos, ora essa.

Aqueles outros, que às turras andam, às turras é pouco, porque alguns não têm hipóteses de contratar latoeiros, são caros, a mão-de-obra de agora, é que isto de artesanato não é fácil, bem querem, talvez consigam, mas mudanças, mudanças, só aquelas empresas que vivem dessas mesmas... mudanças.

E onde pára o chorão? Nas feiras medievais que é o que está em voga, vai à vidente ou taróloga, que as há por lá, e pega nuns cordelinhos que diz mais ou menos isto, oh pá aguenta-te que os outros também se aguentaram.

Depois disto também vou a banhos. Será que mereço? Sei lá! Trabalhar, trabalho, mereço um pequeno descanso, um pequeno é pouco, mais do que os nossos politiqueiros, é que eu ainda sou dos poucos que desconta para a vivência deles. Há mais, claro que o meio milhão também deveria, mas era uma promessa e promessas são promessas.

Ah, esqueci o “impossível acordar de sonho tão enlevado” não é que nos queriam utilizar como mão-de-obra barata, não isso não aceitamos, nem com palavras de basófias os desculpamos. Não é o barco de coimbra é o basófias, eu sou aquele, aquele e mais nenhum.

Agora sim, vou a banhos...

Regresso lá para Novembro, já devem ter terminado todas as promessas... mas vou estar atento.

A. Boleto Fonseca
2009.08.17

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